
Em dezembro de 2014, matérias dos jornais da grande imprensa acusavam a redução de recursos para as escolas públicas do Estado, comprometendo as atividades das aulas e nitidamente prejudicando o processo de aprendizagem.
Na época, o fornecimento de papel higiênico, sulfite, cartolina, material para pintura e desenho estava sendo reduzido com a argumentação de falta de uso desse material, o que foi contestado por muitos diretores. Ao mesmo tempo, por incrível que pareça, muitos professores desembolsavam dinheiro próprio para cobrir essas carências. O rol de áreas afetadas com esses cortes vai longe e chega até o corte de professores coordenadores de apoio pedagógico que atuavam nas escolas de baixo rendimento.
Além disso, houve corte também nas vagas do programa Vence, que oferece gratuitamente cursos técnicos em escolas privadas. E, o maior dos absurdos, professores não receberam ainda um reajuste de 10,5% de direito legal, instituído pelo próprio governo, para os aprovados num exame.
São informes colhidos com professores e diretores, que não querem se identificar por razões óbvias de possíveis retaliações.
Matéria anunciada na discussão do orçamento, os dados da peça orçamentária deixavam claro o comportamento, sempre idêntico, na destinação dos recursos para a Educação.
O orçamento em 2014 para a Educação foi de R$ 28.737.620.040. Para 2015, está previsto cerca de R$ 28.426.489.547, o que significa 1,08% a menos que o anterior. No item investimentos a redução é maior. Para 2014, foi de R$ 504.708.780. E para 2015 está previsto R$ 298.569.647, ou seja, 49,85% a menos do anterior.
Essa é a velha política de redução dos gastos do Estado, oferecendo serviços públicos, nunca os melhores, em detrimento da garantia de direitos inalienáveis dos cidadãos e cidadãs de um ensino de qualidade.
Bia Pardi -Assessora de Educação da Liderança do PT