15 mil caixas de documentos da empresa “sumiram”

03/12/2012

Caos no Metrô

15 mil caixas de documentos da empresa “sumiram”

Passados cinco meses do “sumiço” de documentos, contratos e relatórios do Metrô de São Paulo, do período de 1997 a 2011, é que vem à tona a informação com a publicação de matéria neste sábado (1/12), pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Foram extraviadas 15.399 caixas com documentos do arquivo da Companhia que continham também relatórios de análises das ocorrências da Comissão Permanente de Segurança (Copese) de 2006 a 2009, entre outros arquivos.

Em 2008, a Bancada do PT na Assembleia denunciou que o Metrô paulista havia realizado cerca de 130 contratos com a multinacional Alstom, num montante de R$ 7 bilhões, firmados no período de 1989 a 2007. A empresa e o governo tucano em São Paulo foram alvo de uma investigação internacional, aberto pelo Ministério Público de Paris, desde novembro de 2007, motivados por uma suspeita de policiais suíços de que teriam sido pagos US$ 6,8 milhões, como propina pela Alstom para ganhar um contrato de US$ 45 milhões com o Metrô de São Paulo.

A sequência de acidentes e panes no Metrô tem como ponto inicial janeiro de 2007, com o caso emblemático da Linha 4, as obras começaram em 2001 e, na época,o governo estimativa que seria concluída até 2006.

No dia 12 de janeiro de 2007, já atrasada, a construção sofreu um grave acidente: a abertura de uma cratera de 80 metros de profundidade onde hoje funciona a estação Pinheiros. Sete pessoas morreram no acidente. O acidente forçou 212 pessoas a deixar suas residências – foram interditados 94 imóveis do entorno. O PT propôs a instalação de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, mas com o boicote dos deputados governistas, o pedido não conseguiu o número regimental de assinaturas.

A partir de então foi dada a largada para as séries de panes, atrasos e os denominados processos de “incidentes notáveis” – nome dado pelo Metrô para as ocorrências graves, que paralisam a operação e precisam de auxílio de ônibus para o transporte da população – vão de 2007 a 2009. Nesse período, houve pelo menos 11 grandes panes na rede.
Mais suspeitas de fraudes.

Há duas investigações em andamento no Ministério Público Estadual sobre suspeitas de delito envolvendo o Metrô. Uma é sobre a licitação para o prolongamento da Linha 5-Lilás – em que há suspeita de fraude, com combinação de resultados por empresas envolvidas – e outra que investiga superfaturamento em contratação de serviços para reformas de trens das linhas já existentes.

Neste caso nebuloso há perguntas que não querem calar; por que o Metrô demorou tanto tempo para divulgar o “sumiço” ? Onde estavam estas 15 mil caixas? Como levaram 15 mil caixas de documentos e ninguém viu?

A Bancada do PT fará requerimentos de informações com questionamento aos responsáveis.

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