O governo de São Paulo, sob a coordenação do Metrô Companhia do Metropolitano de São Paulo, lançou, em novembro de 2004, edital de concorrência internacional para a concessão do Sistema de Arrecadação, das empresas, do Metrô e da CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.
O governo, atrapalhado, pretende implantar a modernização e atualização do sistema de arrecadação de tarifa através de cartão inteligente , ou seja, quer impor ao sistema de transporte sobre trilhos um cartão de débito. Este novo sistema de arrecadação pretendido recebeu a denominação de Metropass. Essa denominação já é utilizada nos EUA como programas de concessão de benefícios, aos usuários dos sistemas de transportes. O Metropass paulista, sistema de arrecadação do Metrô e da CPTM, passa ao largo do estabelecimento de política tarifaria, pois não concede nenhum beneficio ao usuário do sistema, tal como a integração temporal, implantada no sistema de transporte urbano, por ônibus, no município de São Paulo. Vale lembrar que o Bilhete Único está aberto para a integração com o sistema metroferroviário, só depende da vontade do governo estadual, de fazer.
A concessão do Sistema de Arrecadação das empresas operadoras do transporte metropolitano constitui-se em aberração e agressão ao interesse público. A arrecadação da tarifa, justa remuneração da prestação do serviço público, não se caracteriza como prestação de serviço público. Portanto não cabe concessão do sistema de arrecadação das empresas Metrô e CPTM. Porém, se o governo tem a pretensão de atualizar e modernizar o sistema de arrecadação poderá dentro dos parâmetros da legislação de licitação, efetuar contrato no prazo máximo de 5 anos.
A pretensão de concessão da arrecadação das operadoras do sistema metroferroviário, evidência a retomada pelo PSDB dos processos de privatizações no Estado de São Paulo. Exemplificando essa iniciativa podemos citar a investida que há na direção da terceirização das áreas de manutenção do Metrô e CPTM.
O Tribunal de Contas do Estado, em 16 de fevereiro último, referendou a suspensão do processo licitatório, estabelecida pelo conselheiro Fúlvio Julião Biazzi em 24 de dezembro de 2004.
Deputados da Bancada do PT e representantes de deputados da Bancada do PcdoB, em reunião no TCE, em 14 de fevereiro, com a Presidência e o relator do processo de Exame de Edital, protocolaram documento sugerindo a anulação do processo licitatório. Como fato surpreendente, o Metrô publicou no Diário Oficial do dia 25 de fevereiro, aviso de Revogação da concorrência para a concessão do Metropass.