DE VOLTA AO TRENSALÃO

De tempos em tempos surgem novas denúncias que mostram que as raízes da cartelização de trens, envolvendo governos do PSDB, multinacionais e empresas de transporte sobre trilhos, são profundas, muito profundas.
A Folha de S. Paulo noticiou ontem (4) que nove acusados de formarem cartel de trens em São Paulo tornaram-se reús na Justiça Federal. Cartel teria sido articulado para fraudar licitações da linha 5-lilás do Metrô.
Segundo acusação do Procurador da república Rodrigo de Grandis, esquema envolvia as multinacionais Siemens, Alton, Daimler-Chrysler Rail, ADTranz, Mitsui e CAF. O cartel teria sido formado entre 1999 e 2000, tendo início no governo Mário Covas.
Conforme consta denúncia do Ministério Público Federal (MPF), publicado pelo jornal, processo envolve nomes dos ex-diretores da CPTM, João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo. Suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro, eles teriam montado empresa para oferecer propina em troca de favorecimentos à companhia.
Matéria ainda denuncia que propinas equivalem a 5% do valor da obra do Metrô, que custou, em sua fase inicial, R$527 milhões.
Vale lembrar que recentemente o governador Geraldo Alckmin remeteu à Alesp, e teve aprovado, Projeto de Lei (PL) 79/17, que transfere mais R$200 milhões que seriam destinados à implantação de Linha 6- Laranja, para a Linha 5-Lilás. Como a base governista domina a Casa, o PL conseguiu ser aprovado, mesmo com argumentação contra feita por deputados do PT.
Na ocasião da votação, O deputado Carlos Neder lembrou que Desde 1998 apenas uma estação foi inaugurada. Também lembrou que em 30 de abril deste ano o Governo Alckmin lançou edital para privatização Linha 5-Lilás, a mesma que vai receber o recurso, e para a Linha 17-Ouro.
OS OUTROS NOMES
Executivos da Alston que aparecem no processo: Paulo José de Carvalho Borges Júnior, Carlos Alberto Cardoso Almeida, Daniel Maurice Elie Huet e Isidro Ramon Fondevila Quionero.
Ronaldo Cavalieri, da Siemens, e Masao Suzuki, ex-executivo da Mitsui, também passaram a ser réus.
Segundo denúncia do MPF, dinheiro percorreu Alemanha, Inglaterra, Luxemburgo, Suiça e Uruguai.
Justiça arquivou caso que envolve os delatores Everton Rheinheimer e Jan-Malthe Hans Jochen Orthmann, ex-diretores da Siemens, alegando que colaboraram efetivamente com as investigações.
Os beneficiados por parte da Companhia Paulista de trens Metropolitanos (CPTM) seriam os ex-presidentes Olivier Hossepian Salles de Lima, suspeito de ter recebido propina, e Mário bandeira, por ter violado Lei de Licitações.
*Com informações do jornal Folha de S. Paulo.