Eletropaulo
O governador Geraldo Alckmin afirmou que a Eletropaulo, concessionária que fornece energia a 6,1 milhões de clientes em 24 cidades do Estado, não tem “condições mínimas” de atendimento em situações climáticas adversas. “O que está claro é que ela não tem as condições de operar com segurança quando tem chuva, tempestade”, disse o governador.
No entanto, Alckmin parece se esquecer da condescendência dos tucanos com as empresas privatizadas por eles próprios, desde que o setor energético paulista sofreu um desmonte a partir de 1995. Tanto que o ex-governador José Serra chegou a dizer publicamente que não cobraria investimentos das empresas privatizadas.
A Eletropaulo, que já pertenceu ao governo paulista, foi privatizada entre 1998 e 1999, quando Alckmin era coordenador das privatizações do governo Mario Covas (PSDB). Foi Alckmin quem conduziu a venda da Eletropaulo e permitiu que a americana AES, grande produtora de energia mas com pouca experiência em distribuição (só atuava como distribuidora em um único lugar), assumisse o controle da estatal paulista.
A Bancada dos deputados do PT já denunciou, em vários momentos, os cortes profundos nos investimentos no setor, o que torna a situação de infra-estrutura crítica e faz crescer o risco de colapso no setor elétrico no Estado.
Críticas
As críticas à Eletropaulo, por parte dos próprios tucanos, não são novidade. Em fevereiro de 2010, o Estado considerou “inaceitável” a demora em restabelecer a energia após um apagão.
Na época, o Procon multou a empresa em R$ 3 milhões. No total, o órgão já aplicou R$ 18 milhões em multas, mas apenas R$ 3,5 milhões foram pagos.
Além do Procon, a Arsesp, Agência Reguladora de Saneamento e Energia, da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado, fiscaliza a empresa – tarefa delegada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A agência estadual não soube informar, o número de fiscais nem as punições que já aplicou à Eletropaulo.
*com informações do jornal O Estado de S. Paulo