Descaso tucano
Dos R$ 9,3 bilhões que teve para investir entre 2011 e 2012, governo do Estado só executou R$ 3,4 bilhões em obras do metrô na capital
O ritmo dos investimentos no metrô de São Paulo no atual mandato do governo de Geraldo Alckmin está muito aquém do previsto no orçamento do Estado. Somados os valores aprovados para os anos de 2011 e 2012, o Estado de São Paulo previa destinar R$ 9,3 bilhões, no total, tanto para melhorias da rede já existente quanto para a expansão do sistema. No entanto, só foram gastos R$ 3,4 bilhões. Ou seja, Alckmin deixou de aplicar em metrô, no biênio, R$ 5,9 bilhões (63%) quase dois terços do que dispunha.
A ampliação do sistema inclui novidades como as das linhas 5 Lilás (ligando o Largo Treze de Maio, na região de Santo Amaro, à Estação Chácara Klabin da linha 2 Verde, em obras, no ramal Vila Madalena-Vila Prudente) e a linha 6 Laranja (que ligará a Freguesia do Ó, na zona norte à Estação São Joaquim, da linha 1 Azul, no bairro da Liberdade). Em expansão, entre o orçado (R$ 8,1 bilhões) e o executado (R$ 2,4 bilhões), o governo deixou de investir R$ 5,7 bilhões.
Os investimentos para a linha 5 (que atualmente liga o Capão Redondo ao Largo Treze), incluindo os trabalhos de implantação operacional da interligação com a linha 2, contavam, no biênio 2011-2012, com uma previsão orçamentária de R$ 2,8 bilhões, mas o que chegou a esse trecho do sistema foi de R$ 991 milhões (cerca de um terço dos recursos).
A diferença entre o orçamento e o investido é inda maior na linha 6: menos de 18% dos R$ 258 milhões foram empregados.
Em modernização e capacitação das linhas já existentes, o governo também destinou menos do que o orçamento previa. Por exemplo, a linha 3 Vermelha, que liga Itaquera, no extremo leste, à Barra Funda, na zona Oeste, e que em horários de pico é a mais superlotada, deveria ter recebido investimentos de R$ 484 milhões, mas o governo conseguiu aplicar R$ 384 milhões.
A linha 1 Azul, a mais antiga, inaugurada nos anos 1970, teria recebido R$ 552 milhões se o orçado em 2011 e 2012 fosse aplicado integralmente, mas o total investido foi de R$ 382 milhões.
Na linha 2 Verde a diferença entre orçado e realizado foi a menor. Eram previstos R$ 135 milhões e foram investidos R$ 131 milhões. E a linha 5-Lilás, que já previa o menor montante em investimento somados os dois anos de Geraldo Alckmin, R$ 8,2 milhões, recebeu pouco mais da metade, R$ 4,8 milhões.
Segundo a assessoria de imprensa do metrô, a malha hoje transporta 4 milhões de passageiros por dia nas linhas 1, 2, 3 e 5 (operadas pelo estado) e 600 mil na linha 4 Amarela (operada pela concessionária Via Amarela).
BNDES dá novo apoio à expansão do Metrô de SP
Serão dois projetos que beneficiarão 1,335 milhão de passageiros por dia, com financiamento de R$ 2,3 bilhões
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a concessão de dois financiamentos, no total de R$ 2,3 bilhões, para o Estado de São Paulo expandir o sistema de transporte de alta capacidade da região metropolitana paulistana, o metrô.
Do total de empréstimos aprovados pelo BNDES, R$ 1,5 bilhão será destinado à expansão da Linha 2- Verde do Metrô-SP, sentido nordeste da capital, no trecho entre a estação Vila Prudente e o estacionamento Rapadura, entre os bairros de Nova Manchester e Vila Formosa. A participação do BNDES será de 45,6% dos investimentos totais.
Outra operação aprovada pelo BNDES, no valor de R$ 800 milhões, prevê a implantação da Linha 15 – Prata do Metrô, em sistema monotrilho, no sentido leste da cidade, no trecho entre as estações Vila Prudente e Hospital Cidade Tiradentes. Este projeto já havia recebido apoio do BNDES no valor de R$ 922 milhões, no ano passado. Considerando estes dois financiamentos, a participação total do BNDES no projeto será de 37,6% do investimento total.
Nos últimos cinco anos, o BNDES financiou projetos de expansão do Metrô de São Paulo com apoio de R$ 6,272 bilhões. O apoio de maior valor foi a expansão de 3,9 km da Linha 2, R$ 1,579 bilhão, ligando as estações Alto Ipiranga e Vila Prudente, com compra de 16 novos trens.
*com informações da Rede Brasil Atual e Agência Brasil