Crise da água
Alckmin questiona ONU por crítica sobre falta de água em São Paulo
Depois de passar meses negando a crise da água o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enviou um duro ofício ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, cobrando que a entidade corrija suas conclusões sobre a crise da água no Estado.
O estopim foi a visita da portuguesa Catarina de Albuquerque, relatora especial para água e saneamento, a São Paulo, em agosto último. Ela afirmou que a crise era responsabilidade do governo estadual e apontou falta de investimentos.
Uma semana antes, o secretário da Casa Civil de Alckmin, Saulo de Castro, também enviara uma carta ao Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra`ad Al Hussein, reclamando das conclusões da relatora.
Catarina de Albuquerque é professora visitante das universidades de Braga e Coimbra, em Portugal. Os relatores especiais da ONU estão vinculados ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, mas têm atuação independente. São nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para mandatos de três anos, renováveis por igual período.
Em Audiência Pública realizada pela bancada do PT na Assembleia Legislativa em meados de agosto, sobre a crise da água nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas, a relatora apontou que a falta de água vivida em São Paulo, trata- se de uma violação de direitos humanos.
Catarina explicou que se não foram tomadas as medidas necessárias, em obras e investimentos, para o problema de falta de água no Estado, então não foi feito o suficiente e não fazer o suficiente é violação dos direitos humanos. Segundo ela, é necessário nos planejarmos, nos prepararmos em tempos de normalidade para poder enfrentar os tempos de problemas. (rm)