Audiência pública
O lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, que aconteceu nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa, foi marcado pelo protesto e pela arte. Produtores culturais, estudantes e artistas de todo o Estado lotaram o evento para dizer não aos cortes na Cultura, que já atingiram instituições como o Museu Afro Brasil, o Museu da Imagem e do Som, a Pinacoteca, a Emesp, além do corte no ProAC (Programa de Ação Cultural) e o fechamento de nove oficinas culturais.
O deputado João Paulo Rillo, coordenador da Frente, afirmou que o corte, que já chega aos R$ 13 milhões, seria ainda maior se não fosse a luta de vanguarda desse setor, principalmente no ProAC Editais.
A deputada Marcia Lia e o deputado Professor Auriel afirmaram que o governo estadual apresenta a redução da maioridade penal como solução dos problemas. Queremos os jovens na Educação, na cultura, produzindo, porque aí sim teremos uma pátria educadora, disse a deputada Marcia Lia.
O deputado Carlos Neder criticou a gestão privada das Organizações Sociais (OSs). Não temos gestão pública dos recursos, afirmou Neder.
Mobilização constante
Tião Soares, representante do Fórum das Culturas Populares Tradicionais, reiterou a necessidade da mobilização constante, contínua e cotidiana, sob risco de questões importantes da área da cultura caírem por terra, mesmo com a aprovação do Plano Estadual de Cultura. Lembrou que, além desse plano, está prevista a criação do Conselho Estadual de Cultura, com a participação de todas as expressões da arte.
Manifestaram-se também Rudifran Pompeu, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro; Dorberto Carvalho, da Frente SP de Cultura; e Eric Ekström, presidente do Grêmio Estudantil da Escola de Música do Estado de São Paulo. Em uníssono, todos condenaram o corte de verba da Cultura, a falta de incentivo para esse segmento e a demissão de professores da Emesp.
Depois do ato oficial, os artistas saíram em cortejo pelos corredores da Assembleia rumo ao Plenário, onde acompanharam a sessão em busca de mais recursos para a Cultura. A manifestação, como era de se esperar, aconteceu por meio de muita música, arte e poesia. (FF)