Insegurança pública
A falta de uma efetiva política de segurança pública tem alarmado a população do interior do Estado. Cinco áreas denominadas de grandes comandos pelas polícias Civil e Militar tiveram aumento dos assassinatos intencionais.
Na região de Presidente Prudente, a 558 quilômetros da capital paulista, os assassinatos cresceram 53,3%, passando de 45, em 2009, para 69, em 2010. Outra área que preocupa é a região de Bauru, onde os confrontos e as mortes de suspeitos com policiais militares também cresceram quase 50%. Na área de Bauru, os assassinatos passaram de 118 (2009) para 174 (2010) – alta de 47,5%.
As cidades que compreendem a região de São José do Rio estão em terceiro no aumento das mortes no interior – foram 188 em 2010 contra 151 em 2009 – aumento de 24,5%.
No interior, a região de Campinas se destaca com aumento dos índices criminais, como roubos, furtos e também os confrontos entre bandidos e a PM, que duplicaram. Outra área de preocupação é o Litoral Sul, principalmente Santos, São Vicente e Guarujá, onde uma série de assassinatos chamou a atenção em 2010.
Em Ribeirão Preto e na região de Piracicaba os aumentos nas mortes foram de cerca de 1%.
Cidades pequenas estão sem delegado
Hoje, 31% dos municípios de São Paulo estão sem um delegado de polícia. Resultado: sem capacidade de investigar e elucidar crimes, as pequenas cidades estão sofrendo com o aumento da criminalidade. Outro grande problema nessas cidades tem sido o tráfico de drogas, especialmente a verdadeira invasão do crack.
Nas cidades que têm delegados, eles recebem os piores salários da classe, comparado a outros estados do Brasil, inclusive mais pobres. Isso precariza a profissão, desestimula a carreira e desincentiva a dedicação exclusiva ao cargo. Muitos policiais são obrigados a fazer bicos ou terem atividades extras privadas. Nos piores casos, incentiva a corrupção, levando policiais a buscarem complementação de renda através de propinas, caça-níqueis, usar a estrutura policial para funcionar como segurança privada de quem pode pagar.
Estado vive epidemia de homicídios e Alckmin diz que será difícil reverter esse quadro
O Estado de São Paulo continua sendo considerado uma zona epidêmica de homicídios para a OMS (Organização Mundial da Saúde), existe uma epidemia quando o índice é superior a 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em São Paulo, foram 10,48 casos segundo dados divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública. No sábado, o governador Geraldo Alckmin já havia antecipado os números e chegou a afirmar que vê dificuldades para reduzir esse número.
Além disso, pelo menos 825 pessoas são assaltadas em casa, no carro ou na rua todos os dias no Estado. O total de roubos em 2010 foi de 232.907, terceiro índice mais alto dos últimos dez anos, ficando atrás apenas de 2003 (248.406) e 2009 (257.022).
Com informações dos jornais Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo