PM X crime organizado
Violência: cresce número de policiais mortos e de vítimas em confrontos com a PM
De um lado, o aumento em 40% no número de policiais militares assassinados no Estado de São Paulo, em relação a 2011, e de outro lado o aumento em 9% no número de mortos em confronto com a PM só na capital, no primeiro semestre de 2012.
Esses dados consolidados demonstram o quanto a violência está dominando São Paulo e o governo tucano ainda tenta camuflar a realidade sem adotar uma política pública efetiva ao seu combate e a elucidação dos crimes.
Ao longo de 2011 foram mortos 48 policiais, enquanto nos primeiros nove meses de 2012 foram 67 ocorrências.
Para o especialista em segurança pública e pesquisador da Fundação Getulio Vargas, Guaracy Mingardi, o aumento das mortes está ligado a um ciclo de vinganças entre o crime organizado e os policiais. Na opinião de Mingardi, que foi subsecretário nacional de Segurança Pública, faltou uma ação adequada para dar resposta aos primeiros casos de execução de policiais, o que está levando aos confrontos.
O problema tem origem, de acordo com Mingardi, em 2006, quando uma organização criminosa que atua nos presídios de São Paulo começou a atacar policiais e a população. Naquela ocasião foi feito, segundo ele, um acordo implícito entre o crime e o governo paulista para cessar a violência. Esse acordo, que Mingardi classifica como um erro, teria sido quebrado de alguma forma este ano, aumentando a violência, tanto do crime, como da polícia.
Mortos em confronto com a PM
No primeiro semestre de 2012 foram 140 mortos em confronto com a PM na capital.
Dados veiculados na imprensa mostram que, de 2006 a 2010, 2.262 pessoas foram mortas após supostos confrontos com PMs paulistas. Nos EUA, no mesmo período, conforme dados do FBI, foram 1.963 “homicídios justificados”, o equivalente às resistências seguidas de morte registradas em São Paulo.
Analisando as taxas de mortos por 100 mil habitantes, índice que geralmente é usado para aferir a criminalidade e comparar crimes em regiões diferentes, constata-se que no Estado de São Paulo, com população de 41 milhões de habitantes, a taxa é de 5,51. Já nos EUA, onde há 313 milhões, a taxa é de 0,63.
Violência no interior
A violência ultrapassou há tempo os limites da Região Metropolitana de São Paulo. O Vale do Paraíba é a região mais violenta do Estado. Foram 235 assassinatos no primeiro semestre de 2012. O número representa uma alta de 9% em relação ao mesmo período do ano passado (quando 214 pessoas foram mortas). Campinas e Piracicaba seguem atrás com 190 e 172 vítimas.
Outro exemplo é a cidade de Taubaté que já ultrapassou os índices de criminalidade da capital fluminense. O Rio de Janeiro registrou 10,35 assassinatos por 100 mil habitantes nos seis primeiros meses deste ano. Taubaté teve 11,87 homicídios neste mesmo período. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera zonas epidêmicas os municípios que registram taxas superiores a dez assassinatos por 100 mil habitantes.
* com informações da Agência Brasil, Folha de S. Paulo e PT Alesp