Atraso tucano
Baixada Santista espera há mais de 10 anos por transporte integrado
Com mais de 10 anos de atraso, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) vai começar a selecionar empresas para fornecimento de sistemas de alimentação elétrica, sinalização e controle, controle de arrecadação e de passageiros, telecomunicações, controle semafórico e controle centralizado. O aviso de licitação foi publicado nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial do Estado e em jornais da capital e Baixada Santista.
As obras acontecem no trecho integrante da etapa prioritária da rede de VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) na Baixada Santista. O trecho compreende entre o terminal Barreiros (São Vicente) e o terminal Porto (Santos), incluindo a extensão Conselheiro Nébias / Valongo.
Projeto já frequentou vários PPAs
Entre os muitos projetos tucanos que nunca saíram do papel, está o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Baixada Santista. Uma das metas do PPA (Plano Plurianual) do então governador Geraldo Alckmin e também promessa de José Serra, a implantação do sistema ainda está longe de virar realidade.
O projeto do VLT veio para substituir o TIM (Trem Intermunicipal), um trem que ligava o centro da cidade de São Vicente ao subúrbio de Santos. Operou por alguns anos, até que, em meados de 1999, o sistema teve seus serviços interrompidos pelo governo estadual pela situação lastimável em que se encontrava.
Embora funcionando precariamente, o TIM absorvia uma demanda importante e era fundamental para os moradores da área continental vicentina. A população passou a depender exclusivamente do transporte rodoviário, com todos os problemas: superlotação, atrasos e altas tarifas.
O governo do Estado prometeu remodelar e modernizar o sistema substituindo o TIM pelo VLT. Foi criado um projeto que aproveitava a linha do antigo TIM, ligando, numa primeira fase, a área continental de São Vicente ao porto de Santos.
Este sistema incluía a troncalização das linhas de ônibus formando o SIM (Sistema Integrado Metropolitano) da Baixada Santista.
O governo de Geraldo Alckmin (2003-2006) chegou a orçar R$ 16,568 milhões para a implantação do SIM, mas nenhum centavo sequer foi realmente investido. Segundo o PPA (Plano Plurianual) elaborado naquela ocasião, o VLT deveria ter ficado pronto em 2007.
Passados vários anos de morosas negociações e estudos sobre o projeto, o governo Serra aprovou apenas uma modelagem de Parceria Público-Privada.
Depois, o então governador Alberto Goldman chegou a anunciar que o projeto do VLT ficaria para o próximo governo realizar, assim como o início das obras da ponte estaiada entre Santos e Guarujá, que chegou a ser inaugurada por meio de maquete por José Serra.
Ao assumir, Geraldo Alckmin anunciou um túnel no lugar da ponte. Em seu PPA estão previstos apenas 30% da implantação do VLT.