Base de Alckmin impede apuração da Máfia da Merenda

28/04/2016

Tucanagem

Base de Alckmin impede apuração da Máfia da Merenda

O duelo entre a Bancada do PT e a base do governo Alckmin teve mais um capítulo na terça- feira 26/4, na Assembleia Legislativa.

Logo após o pronunciamento do presidente da Casa, o deputado Fernando Capez que está no epicentro das denúncias da Máfia da Merenda, o líder da Bancada, deputado José Zico Prado cobrou a instalação de CPI da Merenda para que a Assembleia possa cumprir seu papel de investigar os envolvidos nas denuncias da Operação Alba Branca.

“ Só uma CPI esclarecerá a dimensão da atuação da Máfia da Merenda no Estado e a Assembleia Legislativa cumprirá seu papel de investigar e dar a transparência, para a população saber quem realmente está envolvido na corrupção que tirou alimento dos estudantes das nossas escolas”, ponderou o líder petista.

Zico ainda sugeriu ao presidente da Casa, o empenho de sua influência e liderança no convencimento dos deputados de sua Bancada e outros da base do governo no apoio ao pedido de CPI da Merenda. Desde a revelação do caso a Bancada do PT coleta assinaturas, até agora obteve 24, para ser protocolado são necessárias 32.

Assim como líder da Bancada, a deputada Marcia Lia também criticou a ausência de atuação da Assembleia na apuração do caso. “ Não posso aceitar, em hipótese alguma, que essa Casa de Leis abra mão de suas competências constitucionais. Enquanto representantes eleitos temos o direito e o dever de investigar, sim, o governo de São Paulo”, enfatizou a deputada que vem denunciando sistematicamente a falta de compromisso de alguns parlamentares com o tema da merenda na rede paulista de ensino.”Enquanto estamos com inúmeros problemas na alimentação dos estudantes da nossa rede,” ressaltou.
Já o deputado João Paulo Rillo classificou como esquizofrênica a atuação da base do governador, que não cumpre seu papel de fiscalizar o Executivo.

Deflagrada há três meses, pela operação Alba Branca conduzida pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Civil, a apuração identificou o pagamento de propinas, fraudes nas licitações e superfaturamento na aquisição de suco de laranja para compor a merenda oferecida aos alunos da rede pública estadual.

O deputado Fernando Capez arrolado no depoimento de funcionários da Coaf – cooperativa de alimentos, que seria a principal beneficiária do esquema – como um dos destinatários de propinas. Na segunda etapa das investigações, ocorrida em março, o ex-presidente da Assembleia, Leonel Julio, e o atual presidente da União dos Vereados do Estado de São Paulo (Univesp), Sebastião Misiara, foram presos.

Mesmo diante dos novos depoimentos que corroboraram as suspeitas da existência do esquema de corrupção, a Assembleia Legislativa continua inerte e nada apurou sobre o caso, por conta da ação da base do governo que trava todas as iniciativas de investigação.

O caso foi levado também pelo PT, às Comissões de Educação e Finanças e Orçamento e Constituição e Justiça, por meio de requerimento de convocação de ex- secretários do governo Alckmin e o chefe de gabinete da Casa Civil que atuava na antessala do governador.

Neste espaço a maioria governista também tem obstruído, com a falta de quórum e outras manobras para impedir que os mencionados nos depoimentos ao Ministério Público, venham ao Poder Legislativo.
Há uma semana, 15 requerimentos de autoria da Bancada do PT, que constavam da pauta da Comissão de Educação foram obstruídos pelo líder do governo, que é membro eventual da Comissão, em mais um lance para impedir que a Assembleia Legislativa atue no caso.

E nesta quarta- feria 27/4, a reunião da Comissão de Finanças e Orçamento que também recebeu os requerimentos de autoria do PT, para convocar os agentes do governo Alckmin que atuavam no Palácio dos Bandeirantes, foi cancelada.
Rosário Mendez

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