
O veto às emendas da LDO 2006 Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano que dispõe sobre o aumento do repasse para a Educação em geral e para o ensino superior entrou, em 01/09, na Ordem do Dia da Assembléia. No entanto, a discussão não começou, já que a base de sustentação do governador Geraldo Alckmin não compareceu ao Plenário. Dos 48 votos necessários para que o veto pudesse ser discutido, apenas 27 foram registrados, todos favoráveis. Nenhum deputado do PSDB registrou voto, apesar de verificação de votação ter sido requisitada pelo líder do governo na Assembléia e vários parlamentares tucanos estarem presentes na sessão. O Regimento Interno prevê 12 horas de discussão para a matéria antes da votação, quando não há acordo. Cerca de 1.500 manifestantes estiveram na Assembléia para acompanhar o assunto. O protesto foi organizado pelo Fórum das Seis, que representa sindicatos e associações de funcionários, professores e alunos das universidades estaduais paulistas e do Centro Paula Souza. Durante toda a sessão, deputados petistas se revezaram na tribuna em defesa da derrubada do veto.
O governo usa um direito da minoria, a obstrução, para esconder a maioria. Deste modo, o Legislativo é anulado. O governo assumiu o ônus de prorrogar a crise, pois um dos um bordões dos manifestantes hoje é: A greve continua. Geraldo, a culpa é sua. Na próxima semana, dificilmente haverá quorum e o governo apostou no enfraquecimento do movimento nas universidades, já que há feriado, analisou Renato Simões, líder do PT na Assembléia. Para o deputado, o veto fere a autonomia universitária, pois prejudica o planejamento que os Conselhos Universitários realizariam agora para 2006, pois não têm garantia de qual será a verba. Assim, vamos retroceder aos tempos do governo de Paulo Maluf, quando as universidades não tinham autonomia alguma. Simões criticou, ainda, editorial publicado pelo O Estado de S. Paulo sobre o assunto: É mentira que a derrubada do veto atenderá apenas interesses corporativistas, como prega o jornal. Todo o setor será beneficiado, pois cerca de R$ 470 milhões adicionais serão investidos na Educação. As emendas indicam, também, aumento dos recursos para o ensino universitário e estabelece índice para o Centro Paula Souza, algo que nunca ocorreu.
O movimento deflagrou greve em 25/08, reivindicando a derrubada do veto. A LDO foi aprovada em 07/07 e o veto foi enviado à Assembléia em 04/08.