Emendas
Bruno Covas não comparece no Conselho de Ética, mas chama imprensa para coletiva
Em notícias veiculas em seu site oficial, o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), informa ter conseguido intermediar, só no ano de 2010, um repasse de recursos a prefeituras e entidades equivalente a toda a cota de emendas parlamentares que lhe caberiam em quatro anos de mandato como deputado. No ano passado, Covas exercia mandato de deputado estadual e foi campeão de votos na disputa à reeleição. Embora a cota anual de emendas por parlamentar seja de R$ 2 milhões, Bruno afirma ter conseguido intermediar o repasse de recursos que somam R$ 8,2 milhões. Todos viraram convênios do governo estadual com prefeituras ou entidades. O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de São Paulo a partir das informações que constam no site do próprio secretário e da checagem dos convênios.
Mas de acordo com levantamento realizado por deputados da Bancada do PT, esse valor é ainda maior: R$ 9,4 milhões só em 2010, ano eleitoral. De 2007 a 2011, foram R$ 14,8 milhões.
Inclusive, há 12 emendas no valor de R$ 50 mil. Bruno Covas, em entrevista gravada, narra um episódio que, quando era deputado estadual, um prefeito lhe ofereceu R$ 5 mil (o equivalente a 10%) pela liberação de uma emenda.
Para esclarecer essas informações, o secretário vai dar uma entrevista coletiva na tarde de hoje (11/10). Mas Covas era aguardado no Conselho de Ética da Assembleia para prestar esclarecimento sobre o mesmo assunto.
O líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto, indignou-se com a atitude do secretário, que sequer foi oficialmente convidado a comparecer pela presidência do Conselho. Está acontecendo algo no Estado de São Paulo que nunca aconteceu. É bomba nos jornais todos os dias. O Conselho de Ética está sendo atropelado. Agora Bruno Covas vai dar explicações em coletiva e não vem a essa Casa, afirmou Tatto.
O líder da Bancada do PSDB, deputado Orlando Morando, disse que, apesar de o secretário não haver sido convidado oficialmente, ele, repetindo o que fez Barbiere, havia enviado um depoimento por escrito e que Morando o protocolaria.
Com informações do jornal O Estado de São Paulo