Cadeia produtiva da reciclagem tem debate em São Paulo

16/11/2015

Na Alesp

A Assembleia Legislativa sediou, no dia 13/11, o lançamento da Frente Parlamentar, da Câmara dos Deputados, em Defesa da Cadeia Produtiva, na região Sudeste. A Frente será organizada em cada região do Brasil. O deputado federal Valmir Prascidelli (PT/SP) será o coordenador da região Sudeste.

O deputado estadual Luiz Turco (PT) considera fundamental o lançamento da Frente na Assembleia, pois várias cidades paulistas possuem cooperativas de reciclagem. “É uma cadeia em crescimento no Estado de São Paulo e a parceria com a Câmara dos Deputados vai colaborar com o setor”, enfatiza Turco. O deputado estadual Zico Prado (PT) considera que este é o momento certo para a Frente. “O Estado de São Paulo é o único do Brasil onde o catador é obrigado a se filiar a um sindicato. Temos aqui um PL que desobriga as cooperativas do Estado a se filiarem e queremos que os deputados da Frente nos ajudem a aliviar a carga dos pequenos catadores rurais”, disse Zico.

Ações regionalizadas

Nas cinco regiões, a Frente quer fazer com que os coordenadores permaneçam cada vez mais próximos ao setor, que compreende toda a cadeia produtiva de indústrias, cooperativas, catadores e trabalhadores da reciclagem. “Queremos avançar nas ações, no monitoramento dos 48 projetos que tratam desse tema na Câmara dos Deputados e, também, viabilizar o Plano Nacional de Resíduos Sólidos”, disse o deputado federal Carlos Gomes (PRB/RS), presidente da Frente. O deputado, que já trabalhou como catador de papel, explica que esta é uma cadeia muito importante para o Brasil, pois dialoga com a economia, com o social e com o ambiental. “Se hoje essa cadeia injeta R$ 10 bilhões na economia do país, ela pode chegar aos R$ 30 bilhões, trazendo benefícios ao meio ambiente e ao social”, completa Carlos.

Objetivo

O objetivo da Frente é fazer com que a cadeia produtiva se desenvolva. “A reciclagem é uma cadeia desorganizada no Brasil, já que as engrenagens ainda não se encaixaram e, como toda cadeia, é impulsionada pelo consumo”, disse Carlos. Segundo ele, o papel branco (com celulose virgem) custa 30% menos que o reciclado no Brasil, pois o custo da segunda produção é mais alto. “Temos que trabalhar pela desoneração fiscal do setor, tanto na produção quanto na aquisição de equipamentos, temos que adquirir tecnologia para transformar essas matérias primas em produtos e subprodutos que possamos incorporar no consumo do dia a dia”, afirma o deputado.

Campanha de Conscientização

Uma das ações da Frente será a organização de uma campanha de conscientização da população, para que seja separado material orgânico do reciclado. O presidente da Frente considera que a categoria precisa ter dignidade garantida. “Gostaria de convidar todos a visitarem aterros sanitários e lixões, para que sintam a dificuldade por que passam os catadores, em função da mistura de orgânicos com recicláveis. Se a população separasse adequadamente, ao menos o lixo orgânico do seco, já seria um grande avanço”, orienta Carlos.

Participaram da mesa, além dos citados, o deputado federal Nilto Tatto (PT/SP); Simão Pedro, secretário municipal de Serviços de São Paulo; Paulo Fiorillo, vereador paulistano; Cristiano Gonçalves Cardoso, presidente da Rede Paulista de Comercialização de Materiais Recicláveis; Rita Viana, do Escritório Nacional do Cata Forte; Patrícia de Sene, da Rede Cata Vida de Sorocaba e região; Pedro Villas Bôas, consultor da Associação Nacional dos Aparistas do Papel; Ricardo Hajaj, coordenador da Câmara Nacional dos Recicladores de Materiais Plásticos, e Matilde Ramos, secretária estadual de Mulheres Catadoras do Estado de São Paulo e do Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis. Compareceram ao lançamento associações, cooperativas de catadores e catadores de várias cidades do Estado de São Paulo, como Campinas, Sorocaba, Ourinhos, Assis, Osasco, Carapicuíba, Cotia, Itapevi e da Capital.

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