Na repressão a protestos
A Comissão de Direitos Humanos aprovou na tarde desta terça-feira (18/6) requerimento de autoria da deputada Beth Sahão que convida o comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo, Benedito Roberto Meira, a prestar esclarecimentos perante a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
O objetivo da parlamentar, que integra a comissão, é apurar eventuais abusos cometidos pela corporação na noite da última quinta-feira, durante manifestação pela redução das tarifas de transporte público, que era realizada na rua Consolação, em São Paulo.
A deputada também entregou ao presidente da Comissão, deputado Adriano Diogo, um vídeo com cenas que comprovam a ação truculenta da PM. Beth sugeriu que o vídeo seja exibido na presença do comandante.
Vidas humanas foram colocadas em risco nessa operação, tudo porque quem deveria defender os cidadãos preferiu apelar para o uso desmedido da força. No regime republicano, as coisas não funcionam na base da violência, mas sim do diálogo e da negociação, afirma Beth.
Na avaliação da parlamentar, os eventuais abusos cometidos por manifestantes, nos últimos dias, não justificam a reação desmedida da PM. Se alguém se excedeu enquanto protestava, é justo que seja punido, mas de acordo com o que manda e lei e respeitando, sempre, o devido processo legal. De qualquer forma, não podemos permanecer calados, enquanto vemos cidadãos comuns e jornalistas irem para a cadeia, apenas porque estavam em uma mobilização de rua, diz Beth.
A deputada tem reunidos diversos materiais veiculados na imprensa e nas redes sociais, que contêm fortes indícios acerca de abusos que teriam sido cometidos pela PM contra os manifestantes. O comandante precisa se explicar. Estamos em uma democracia. Significa que as autoridades não devem, jamais, tratar o povo e a imprensa como inimigos. Essa mentalidade não pode continuar a vigorar por aqui. O papel da polícia deveria estar centrado na defesa dos cidadãos e dos direitos humanos, e não na repressão a quem pensa diferente, afirma.
Presidente da Comissão afirma que há policiais infiltrados entre os jovens
Nos últimos dias, o governo Alckmin prometeu intensificar a repressão nas próximas manifestações de rua. Ao anunciar isso publicamente, ele deu a senha para a repressão abusiva, descabida, desnecessária da PM, atenta o deputado Adriano Diogo, que preside a Comissão de Direitos Humanos. Os policiais atiraram em jovens, jornalistas, pessoas que estavam passando. Barbarizam mesmo para forçar uma reação violenta.
Embora o metrô e o trem tenham aumentado, o governo Alckmin, nas entrevistas, só se refere ao aumento do ônibus, para atingir o governo Haddad, prossegue o deputado. É uma ação pensada, bem orquestrada, com vistas à eleição de 2014, e com o objetivo de desmoralizar o PT.
Nessas horas, dá perceber claramente o que nós já sabemos: a estrutura policial da ditadura permanece intacta, principalmente os setores de inteligência, como a P2 e a tropa de choque, denuncia Adriano. Infiltraram policiais civis e militares à paisana no meio da garotada para incitar a violência. Ninguém me contou, eu vi um bando de profissionais em provocação não eram estudantes! , quebrando vidro, fazendo bandidagem.
Com informações da ass. imprensa dep. Beth Sahão e Vi o Mundo