Pane no metrô
Nesta segunda-feira (7/4), uma composição teve que ser esvaziada na estação Tatuapé e paralisou a circulação de trens por 23 minutos
Uma falha na tração de um trem, que teve que ser esvaziado na estação Tatuapé, paralisou completamente a circulação na Linha 3-Vermelha por 23 minutos, na manhã desta segunda-feira (7/4).
A falha ocorreu por volta das 8h45 e só foi sanada às 9h08, segundo o Metrô. Porém, o reflexo da paralisação ainda podia ser sentido uma hora após o incidente, com as longas filas formadas nas estações.
Segundo especialistas, ouvidos pela grande imprensa, as inúmeras falhas nos trens reformados seriam a principal razão para a superlotação, especialmente na linha 3-Vermelha, que liga as zona leste e oeste. E mais: o sistema de R$ 750 milhões que reduz espera no Metrô só funciona aos domingos
Problemas: Temida pelas falhas, operadores evitam a frota K do Metrô
Responsável por conduzir um dos trens da Llinha-3 Vermelha, a mais saturada (com dez pessoas por metro quadrado), Tiago Ferreira atribui parte da superlotação às falhas no sistema, cada vez mais frequentes. Para ele, que também é diretor do Sindicato dos Metroviários, o maior vilão são os trens antigos, que apresentariam mais falhas depois de passarem pela reforma.
Entre 10 de outubro e 9 de novembro do ano passado, os condutores da linha vermelha contaram quantas falhas ocorreram na frota K, a mais problemática: Foram 696 falhas, contabiliza Ferreira, que explica. Essa frota era a antiga frota C, circulando há mais de 20 anos.
Segundo o condutor, ao invés de reformar, as empresas contratadas pelo Metrô para fazer o serviço dão apenas um tapa no visual. É tudo maquiagem. Claro, eles colocam ar-condicionado, mudam a pintura, trocam bancos, mas por dentro quase nada muda. Ele conta que até a alavanca utilizada pelo condutor é mantida. Ele não tiraram nem o mecanismo do limpador, que nem se usa mais. Quem sofre são os funcionários da manutenção.
Ainda segundo dados do sindicato, as falhas são tantas que o Metrô esconderia as verdadeiras estatísticas. A entidade garante que os trens de São Paulo tiveram 133 falhas notáveis (com mais de seis minutos de parada) no ano de 2013 e 119 ocorrências em 2012, volume 50% maior do que o divulgado pelo Metrô.
Dessas falhas, 20 foram investigadas pela Comissão Permanente de Segurança (Copese), o que significa que colocaram em risco a segurança dos passageiros. Professor de Ferrovias na Escola Politécnica da USP, Telmo Porto explica que, ao contrário do metrô de cidades desenvolvidas, o sistema de trens em São Paulo não é fechado. Isso dificulta a retirada de trens quando há falha, superlotando os vagões, o que aumenta as chances de crime.
*com informações dos sites: Spressosp e IG