Ensino Médio Inovador
As novas
diretrizes curriculares para o ensino médio, aprovadas pelo Conselho Nacional
de Educação, foram tema de debate na Assembleia Legislativa. O presidente da
Comissão de Educação e Cultura, deputado Simão Pedro, esclareceu que o objetivo
dessa resolução é tornar o ensino médio mais atrativo. Hoje ele não prepara
para a universidade nem para o mercado de trabalho, afirmou o deputado.
O secretário-adjunto
de Educação do Estado, João Palma, afirmou que as matrículas no ensino médio em
São Paulo vêm caindo. Hoje, são 1,5 milhão de alunos matriculados no Estado. Para
ele, a proposta do MEC, que pretende flexibilizar o currículo, dividindo as
disciplinas em blocos de conhecimento e permitindo matérias optativas, é
interessante, mas afirma que os estados terão que se adaptar a uma nova
realidade. Palma antecipou que São Paulo estuda condensar as 12 disciplinas obrigatórias
nos dois primeiros anos do ensino médio. No 3 ano, o aluno poderia escolher
entre as três áreas do conhecimento (linguagem, ciência naturais e matemáticas
e ciências humanas).
Após falar da
atuação do Instituto Federal, o reitor Arnaldo Ciquielo disse que é desejável
que o ensino médio não seja um rito de passagem para a universidade, pois os
alunos que saem dos cursos profissionalizantes muitas vezes obtêm emprego mais
rápido e melhor remunerado. Ele defendeu uma formação cidadã aliada ao
desenvolvimento de uma profissão. As escolas do IFSP têm notas altas no Ideb, o
que mostra que a união entre o ensino médio e o profissionalizante é viável.
O
público presente ao debate também se manifestou. Douglas Izzo, diretor do Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), falou sobre questões básicas para se
garantir a qualidade do ensino. Destacou que hoje 60% das escolas estaduais têm
salas superlotadas. Falou sobre a situação de Itaquaquecetuba, que tem um
déficit de 5 escolas, o que foi confirmado pelo secretário-adjunto. O diretor
da Apeoesp também cobrou a valorização do magistério e que os 33% da jornada do
piso sejam compostos por atividades extra-classe.
Fabio Ivo
Aureliano, do Conselho Tutelar da Freguesia do Ó e Brasilândia, falou que na
região simplesmente não há ensino médio. Os estudantes têm que se deslocar 5
km até chegar à escola de ensino médio mais próxima. O conselheiro também
falou sobre a situação das escolas da região: sem quadras, sem acessibilidade,
com salas de lata. Fica difícil pensarmos em formar cidadãos e profissionais
quando a criança encontra essa situação nos seus primeiros anos na escola.