Comissão discute casos de violência policial na Zona Leste

15/04/2014

Direitos Humanos

Em reunião da Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado Adriano Diogo, que aconteceu nesta terça-feira (15/4), o ouvidor das polícias Civil e Militar, Julio Cesar F. Neves, confirmou que a série de homicídios que vem ocorrendo na Zona Leste de São Paulo, principalmente no Jardim Elba, está relacionada à morte de um PM no local e que as evidências mostram que se trata de vingança.

Nenhum morador da comunidade compareceu à audiência. Segundo o deputado Adriano Diogo, todos estão com medo. Ele contou que esteve pessoalmente no local e que as pessoas estão sendo ameaçadas. Duas reuniões aconteceram na igreja da comunidade. Depois, todos que pediram a palavra receberam a visita de cinco homens, que estavam em um carro branco importado, intimidando essas pessoas.

Durante a audiência na Assembleia, foi lido trecho do texto de Bruno Paes Manso, publicado pelo blog do Estadão em 14 de fevereiro, que traz o seguinte relato:

“Um policial perguntou a uma mãe que carregava uma criança de 4 meses se ela já havia visto “o caixão de criança saindo da comunidade”. Porque se pegar criança em hora errada, “vai morrer”. “É fácil como matar inseto”, ele disse. “

O ouvidor confirmou esse relato, além de outros que envolvem toque de recolher, disparos de arma de fogo e os mais diversos tipos de ameaças a essa comunidade. “Deixamos claro para a secretaria de Segurança Pública que tem havido uma sequência de ameaças e execuções com suspeita de participação policial. A secretaria está consciente e o Ministério Público também”, afirmou Julio Cesar.

A secretaria de Segurança Pública não enviou representante para participar dessa audiência.

Para o deputado Adriano Diogo, a única maneira de acabar com essa verdadeira chacina é resolver o caso, chegar aos policiais autores dessas mortes e agressões.

A Comissão de Direitos Humanos ainda vai discutir outros casos de violência policial, como os ocorridos em São José do Rio Preto e Limeira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *