Ainda pior
O bloqueio de R$ 519 milhões destinados à Secretaria de Transportes Metropolitanos pode afetar desempenho do Metrô e dos trens paulistas, afirma o deputado Zico Prado (PT), vice-presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa. O congelamento de verbas anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), no valor de R$ 1,78 bilhão, deve atingir principalmente as áreas de habitação e transporte. Juntas, as duas pastas respondem por 72% das verbas paralisadas.
A população vai pagar caro para andar numa verdadeira ‘sardinha em lata’, compara o parlamentar. Dentro do corte na área de transportes metropolitanos, o Metrô perdeu R$ 303 milhões; na CPTM, responsável pelos trens, R$ 196 milhões e, na EMTU, R$ 20 milhões. A Companhia do Metropolitano nega que o contingenciamento atinja projetos do Metrô.
Segundo o deputado, o metrô do México tem 200 quilômetros, 131 a mais que o de São Paulo, com a mesma idade. Nosso metrô está atrasado muitos anos, avalia Prado. Prova disso, exemplifica, são as dezenas de falhas registradas em 2010 e a superlotação do sistema.
O congelamento das verbas vai significar atraso no desenvolvimento do Metrô e desaceleração das obras, avalia o deputado.
Em encontro sobre mobilidade realizado na terça-feira (1º), moradores da Cidade Tiradentes, zona leste da capital paulista, criticaram a adoção de monotrilho na região, em vez de metrô. A principal preocupação dos populares é com a segurança e a qualidade dos serviços. O monotrilho é constituído por um único trilho, em oposição às ferrovias tradicionais que possuem dois carris paralelos. O modal é considerado uma opção mais econômica, mas atende menor número de passageiros.
Estranhamento
Zico Prado estranha que o governador proponha congelamento de investimentos em áreas que atendam especialmente a população mais carente do Estado. Ele analisa que a gestão de Alckmin começa sem definições importantes para a política de desenvolvimento do estado. Não dá para esperar muita coisa da gestão tucana. Não há clareza sobre a política de governo dele, dispara.
O próprio contingenciamento de recursos é considerado incoerente pelo parlamentar, porque acontece depois de uma gestão dos próprios tucanos. Parece que ele está assumindo um governo que foi de oposição e que tem desconfiança, avalia Prado. Ele pode e deve rever contratos, mas sem que isso atinja a população.
De acordo com o assessor da presidência do Metrô, Marcos Kassab, o bloqueio de verbas não vai afetar projetos de expansão. Nada vai ser paralisado. Em breve teremos até novidades, rebateu.
Fonte: Rede Brasil Atual