Pela Justiça
Foi dado prazo de 40 dias para as regularizações na unidade; reitor esperava retomar aulas até o dia 10 de março
A Justiça negou, nesta terça-feira (25/2), a reabertura do campus Leste da Universidade de São Paulo (USP), interditado desde 9 de janeiro por problemas ambientais. Na semana passada, o Ministério Público Estadual (MPE) já havia dado parecer contrário à liberação do terreno. De acordo com a juíza da 2.ª Vara da Fazenda Pública da capital Laís Helena Bresser Lang Amaral, os relatórios apresentados pela USP revelam que ainda se mostram incipientes as medidas tomadas, visando à reparação dos riscos que motivaram a decisão liminar.
A magistrada também afirmou que não há que se falar, por ora, na retomada das atividades do campus. A decisão foi antecipada no estadão.com.br. A Justiça ainda deu prazo de 40 dias para as regularizações na unidade.
A expectativa do reitor Marco Antônio Zago era retomar as aulas até 10 de março no próprio campus Leste. Ao sair da reunião do Conselho Universitário ontem, ele não revelou quais locais alternativos são pensados para as atividades acadêmicas. A reitoria já cogitou usar Faculdades de Tecnologia (Fatecs) da zona leste, mas não fechou acordo. O entendimento de Zago é de que levar as aulas para o campus Butantã, na zona oeste da capital, traria muito desgaste aos alunos e professores.
Impasse
A crise no campus da USP Leste começou em setembro passado com uma autuação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental( Cetesb) pelo descumprimento de 11 exigências para descontaminação do terreno. Professores, alunos e funcionários fizeram greve de 50 dias e o então diretor da unidade, José Jorge Boueri Filho, foi afastado.
O campus foi fechado em janeiro por determinação da Justiça em ação movida pelo MPE, por causa da contaminação por gás metano. A última análise da Cetesb, de janeiro, apontou que o terreno contaminado não apresentava riscos à saúde. O MPE e a Justiça, porém, não concordaram em liberar o campus. Já a análise da Servmar,empresa contratada pela USP para avaliar o terreno, detectou óleos minerais e outras substâncias tóxicas, além do metano, na terra de origem clandestina depositada no campus em 2011.
fonte: jornal O Estado de S. Paulo