Mau cheiro
O Rio Tietê ainda recebe esgoto de 33 bairros de São Paulo. O problema de saneamento é tão grave que mesmo águas tratadas, como a do Córrego Carajás, localizado na zona norte da capital, estão carregadas de lixo e esgoto.
A poluição das águas por esgoto é um problema de saúde pública. Os esgotos domésticos têm bactérias que causam cólera, hepatite, infecciosa, disenteria, micoses, conjuntivites, otites e febre tifóide, segundo especialistas em saúde, explica reportagem que o Jornal O Estado de São Paulo publica nesta quarta-feira (07/07) sobre o assunto.
Apesar do mau cheiro e da poluição, o Córrego Carajás, localizado nas imediações do Parque da Juventude, passou por um processo de limpeza em 2007, na primeira fase do Projeto Córrego Limpo, que consumiu R$ 9,7 milhões.
Pelo menos outros três córregos que passaram por obras recentes de revitalização têm, atualmente, os mesmos problemas: mau cheiro insuportável e muita sujeira visível.
No caso do Rio Tietê, as estações de tratamento já existem. Mas, o governo estadual ainda não concluiu o sistema coletor de esgoto, que é a tubulação que recebe os dejetos das casas e leva para o tratamento. O resultado é que 16 municípios da Região Metropolitana de São Paulo e mesmo bairros da capital, como Morumbi, Vila Mariana e Santo Amaro, ainda não têm a rede de esgoto ligada aos coletores que levam os dejetos para as estações de tratamento.
O plano para conectar a rede das casas às estações de tratamento integra a fase 3 do Projeto Tietê, que foi iniciado há 18 anos e já consumiu mais de R$ 3 bilhões. Os 958 quilômetros de redes coletoras vão se integrar às já existentes, com 18 mil quilômetros de extensão. Parece ser um número grande, mas é insuficiente diante da gravidade do problema de poluição das águas dos rios e mananciais da Grande São Paulo, explica a reportagem 33 bairros de SP ainda despejam esgoto no Tietê.
Mas não apenas o Rio Tietê recebe esgoto in natura dos bairros da capital. O Córrego do Ipiranga também aguarda as obras da Fase 3 do Projeto Tietê, previstas para o final de 2011, para se livrar dos dejetos de vários bairros da capital paulista, despejados em seus 9,5 km de extensão.