Eletropaulo

A CPI que investiga possíveis irregularidades na privatização da Eletropaulo, presidida pelo deputado petista Antonio Mentor, recebeu o advogado Paulo José Nogueira Cunha para depor como testemunha, em 14/11.
O advogado participou da Comissão de Privatizações da OAB/SP e que ajuizou diversas ações populares, entre elas a de nº 723/99, que tramita na 8ª Vara da Fazenda Pública, pedindo a impugnação da privatização da Eletropaulo Metropolitana.
Em uma das ações que move Paulo Cunha na Justiça é questionado o preço vil pago, que levou a Eletropaulo a ser quase doada ao comprador privado, já que foi vendida pela avaliação de patrimônio pelo fluxo de caixa, ao preço de R$ 2 bilhões, desconsiderando os ativos e o patrimônio da empresa, que chegavam a cerca de R$ 18 bilhões. Cunha informou que a ação está na fase de cumprimento da determinação do juiz para que se faça uma avaliação do valor total da Eletropaulo.
O presidente Antonio Mentor perguntou ao advogado sobre outras privatizações de empresas elétricas
Em resposta, Cunha lembrou que o faturamento anual da Eletropaulo não foi levado em conta na privatização e que era de R$ 5 bilhões e que quase dobrou, em função dos reajustes tarifários concedidos acima da inflação.
Foram aprovados os seguintes requerimentos: de Jonas Donizette, convocando para depor na CPI a ex-diretora de Desestatização do BNDES, Helena Landau; de Antonio Mentor, pedindo cópias da documentação do BNDES sobre o processo de privatização da Eletropaulo; e de José Bittencourt, solicitando o envio de cópias do processo que corre na Justiça paulista.
Paulo Cunha também afirmou que a exigência de publicidade não foi cumprida, pois o aviso de edital publicado foi mínimo, e dele não constava o valor e os motivos que levaram à privatização. Afirmou que houve problemas também no dia do leilão, que foi realizado durante a vigência de liminar suspensiva, e falou sobre a suspeita de ter havido acordo, noticiado em 2003 pelo jornal Financial Times dos EUA, que levou à apresentação de um único lance, e pelo preço mínimo.