Crise no Metrô: companhia admite panes em seu sistema e muda diretoria

08/08/2008 15:15:00

Transportes metropolitanos

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Somente em 2008 já foram apuradas 12 panes no sistema do Metrô de São Paulo, conforme balanço do própria companhia. Foram listados problemas na rede elétrica, como o que o ocasionou o incidente do último dia 6 de agosto que levou pânico aos passageiros da Linha 1; falhas mecânicas e quedas de pessoas nos trilhos.

As duas empresas diretamente ligadas ao transporte metropolitano do governo do Estado – Metrô e CPTM –  estão em meio a uma crise com as denúncias de recebimento de propina nos casos Alstom e Siemens, e a sequência de incidentes relacionados com a manutenção precária do Metrô levou o governo tucano a fazer mudanças nas diretorias das companhias.

“A Bancada do PT há tempos denuncia os problemas com a falta de manutenção adequada do sistema do Metrô, assim como dos trens e linhas da CPTM. As duas companhias precisam de uma séria investigação, após tantas denúncias que englobam também o desvio de dinheiro público, como nos casos de contratos irregulares com as multinacionais Alstom e Siemens e a comprovada negligência no caso do acidente da linha 4, em janeiro de 2007, que matou sete pessoas”, salientou o líder da Bancada do PT na Assembléia, deputado Roberto Felício.

Leia abaixo matérias sobre o tema, publicadas nos jornais em 8/8/2008.

jornal: Diário de São Paulo

Metrô admite 12 panes em seu sistema desde o início deste ano

Em balanço feito pela companhia, estão incluídos desde defeitos elétricos e mecânicos até queda de pessoas

O curto- circuito seguido de explosão, que levou pânico aos passageiros da Linha 4-Aul do Metrô, na noite de quarta-feira, foi a 12ª pane registrada este ano, de acordo com balanço da própria companhia. O levantamento inclui problemas na rede elétrica, falha mecânica e quedas de pessoas nos trilhos.

A falha ocorrida anteontem, no terceiro vagão de um trem que seguia sentido Tucuruvi, foi resgistrada às 22h21, entre as estações Ana Rosa e Paraíso, e paralisou a circulação de trens naquela região por 17 minutos. Cinco pessoas foram hospitalizadas, mas passam bem.

Segundo o diretor de Operações do Metrô, Atílio Nerilo, as causas da pane estão sendo investigadas. Ontem, os 51 trens que compõem a frota da Linha Azul foram inspecionados. O laudo deve ficar pronto na próxima segunda-feira. Os técnicos da companhia utilizaram um termovisor. O equipamento permite observar pontos de aquecimento nos trens em circulação, que podem provocar panes elétricas. Para Nerilo, no entanto, o defeito registrado anteontem foi pontual.

Ao contrário do que os passageiros passaram, não houve descarrilamento das composições. OP curto-circuito provocou o rompimento de um cabo elétrico, o que causou a explosão e a fumaça no terceiro vagão. O dispositivo de emergência foi acionado e os usuários saíram pela passarela de emergência.

Nove defeitos na Linha 1

Em um levantamento feito pelo DIÁRIO, somente a Linha 1 – Azul apresentou, pelo menos, nove defeitos entre janeiro e abril deste ano. No dia 17 de março, o engate entre duas composições quebrou e 250 mil passageiros foram prejudicados. Para o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, as panes devem-se ao desgaste da frota e à superlotação dos trens, que estão operando acima de sua capacidade. Diariamente, 1,3 milhão de passageiros ousam a Linha 1-Azul.

Atílio Nerilo garantiu que a frota está com a manutenção em dia. Segundo ele, foram destinados R$ 59 milhões para essa área – R$ 19 milhões a mais que no ano passado. Ainda de acordo com o diretor, os 98 trens que compõem a frota das linhas Azul e Vermelha serão reformados no ano que vem.

jornal: O Estado de S. Paulo

Metrô promove mudanças na diretoria

Em meio a maior crise de sua história – com denúncias de recebimento de propina e após o pior acidente em obra de expansão, que matou sete pessoas no ano passado, na futura Estação Pinheiros -, o Metrô de São Paulo inicia mudanças em seu comando. O diretor de Assuntos Corporativos da companhia, Sérgio Avelleda, deixa o posto para assumir a presidência da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Em seu lugar ficará Sérgio Brasil, que ocupava a gerência de Contratos e Licitação. Jorge José Fagali, que há um ano e meio era presidente em exercício do Metrô, foi efetivado.

O ex-presidente da CPTM, Álvaro Armond, que havia assumido o posto em janeiro de 2007, deixa o cargo, segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, para se dedicar à vida acadêmica. “É um desafio e estou bastante estimulado”, disse Avelleda.

Já no governo estadual, há mais de 30 dias se falava na saída de Avelleda do Metrô para a iniciativa privada. O motivo seriam divergências entre ele o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, no encaminhamento e tratamento das denúncias de corrupção e quanto à apuração sobre a abertura da cratera nas obras em Pinheiros. “Isso é tudo fofoca”, alegou. No mês passado, Avelleda ordenou que o relatório interno sobre o laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre o acidente fosse refeito. O documento trazia críticas ao trabalho dos técnicos.

O novo presidente da CPTM disse que seu principal desafio será executar o plano de expansão e modernização das linhas, trens e estações da ferrovia, além de incrementar a gestão administrativa.

AMPLIAÇÃO

A Linha 5-Lilás do Metrô, entre Capão Redondo e Largo Treze, na zona sul, passará a operar aos domingos e feriados a partir deste fim de semana, das 4h40 à meia-noite, com três trens em intervalos de 8 minutos e 27 segundos, em média. O ramal só funcionava de segunda a sábado.

 

 

 

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