Abandono
O ensino médio na rede estadual paulista perdeu mais de 260 mil alunos em 2006, último ano de Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. O índice de reprovações aumentou e o número de matrículas caiu naquele período. Os dados estão no relatório do grupo de acompanhamento técnico do Tribunal de Contas do Estado.
Durante a Gestão Alckmin (2003 2006), a reprovação do ensino médio cresceu de 11,2% em 2003 para 17,8% em 2006; uma diferença de aproximadamente 71 mil estudantes. No ensino fundamental, a situação se repetiu: a reprovação cresceu de 5,6 para 7,4% e o total de matrículas caiu de 3,11 milhões para 2,95 milhões.
Os problemas no ensino público do Estado mais rico do País são amplamente conhecidos: atrás da reprovação e do baixo desempenho dos estudantes em rankings de Língua Portuguesa e Matemática estão professores desvalorizados por baixos salários, violência escolar, falta de funcionários e de equipamentos pedagógicos, como bibliotecas e laboratórios.
Levantamento realizado pela Bancada do PT nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado confirmam o descumprimento de metas da Educação durante a gestão de Geraldo Alckmin. A quantidade de salas de informática equipadas para suporte ao ensino fundamental, que é uma ação cujas verbas estão previstas no Orçamento do Estado, foi 65,75% menor do que o previsto entre 2005 e 2006, o equivalente a 7.126 salas informatizadas.
O Orçamento de 2005 também previa a instalação de 780 salas-ambiente de informática e centros de Educação Supletiva equipados, como parte da ação de informatização do ensino médio. No entanto, as escolas ganharam 405 salas, aproximadamente 48,08% menos do que o previsto.
A quantidade de alunos beneficiados em decorrência da expansão, adequação e manutenção da rede escolar também foi bem menor do que o previsto em Orçamento. Mais de 66 mil alunos deixaram de ser favorecidos pela ação orçada em 2004, uma redução de 59,48% nas metas.
O número de escolas estaduais e municipais abertas aos finais de semana, no Programa Escola da Família, também teve redução. Entre 2004 e 2006, 1.795 escolas deixaram de participar do Programa, uma queda de aproximadamente 9,70%.
Outra meta não cumprida na Educação foi o atendimento educacional especializado, que teve redução de 27,22% entre 2005 e 2006, o equivalente a mais de 57 mil alunos.