Decretos e relação de Serra com universidades remetem aos tempos da ditadura militar

01/06/2007 14:00:00

Policiais Militares com cassetes, escudos, bombas de gás lacrimogêneo e spray de gás pimenta receberam nesta quinta-feira, 31/6, nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes cerca de 2 mil estudantes em passeata que reivindicavam melhores condições de educação nas universidades públicas do Estado.

O governador José Serra tentou desmontar a mobilização dos universitários com um decreto declaratório, publicado no Diário Oficial no mesmo dia, com o objetivo de recuar nas medidas editadas pelo Executivo que limitaram a contratação de pessoal nas universidades e engessaram o monitoramento de recursos e de gestão. Além de elencar poderes à recém criada Secretaria de Ensino Superior, comandada por José Aristodemo Pinotti, ex-secretário da pasta da Saúde do governo Quércia.

No contraponto estão os estudantes que há 29 dias ocupam o prédio da reitoria da USP, apoiados por professores e funcionários que como os demais servidores estaduais estão em campanha salarial e os alunos pedem melhoria nos conjuntos residenciais do Campus universitários. Matéria publicada pela imprensa nesta semana mostra a precariedade do alojamento da USP, onde alunos se hospedam embaixo de uma arquibancada semelhante aos aposentos de uma penitenciária.

A passeata dos estudantes terminou depois de cinco horas, o saldo para a educação pública foi o mesmo de antes do ato dos estudantes, já que os decretos declaratórios do governador como os decretos anteriores ferem a Constituição do Estado e não tem força de Lei.

Apoio dos deputados da Bancada do PT

Os deputados da Bancada do PT na Assembléia Legislativa apóiam as manifestações dos alunos, funcionários e professores das três universidades estaduais – USP, Unicamp e Unesp, contra os decretos estaduais, publicados em janeiro pelo governador José Serra, que ameaçam a autonomia destas universidades.

Com relação ao movimento dos alunos da USP ocupam a reitoria, o líder da Bancada petista, deputado Simão Pedro, esclarece que “acompanhando as negociações nas reuniões com o secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Marrey através do deputado Vanderlei Siraque, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e articulamos para nos representar junto aos alunos o senador Eduardo Suplicy”.

Na última semana de maio, o deputado Carlinhos Almeida, integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa, esteve com a reitora Suely Vilela e solicitou abertura para negociações.

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