Justiça
A juíza da 4.ª Vara Criminal de Santos, Elizabeth de Freitas, acolheu na semana passada denúncia do Ministério Público Estadual contra 11 pessoas supostamente envolvidas no escândalo do tratamento simulado de radioterapia no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos. Entre os acusados estão o secretário de Saúde da cidade, Odílio Rodrigues Filho, e o presidente do hospital, Ademir Pestana, que não teriam agido, apesar de saberem do problema.
As suspeitas de que pacientes estariam sendo tratados com uma máquina quebrada surgiram no fim de 2009. Depoimentos colhidos pela promotoria evidenciaram que o acelerador linear (dispositivo que emite feixes de radiação) começou a apresentar defeitos em 2007 por causa do desgaste da bomba de cobalto. Mesmo assim, o médico Hilário Romanezi Cagnacci continuou prescrevendo o tratamento.
Cagnacci é um dos donos da empresa Unirad, que havia arrendado o setor de radioterapia do hospital. Ele, dois sócios e duas médicas podem ser condenados e pegar até 15 anos de reclusão.
CPI do Erro Médico
A CPI do Erra Médico na Assembleia Legislativo investigou esse caso. Seu relatório final, aprovado em fevereiro desse ano, foi enviado, juntamente com uma série de documentos, ao Ministério Público, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e demais órgãos de fiscalização. O deputado Fausto Figueira, presidente da Comissão de Saúde e membro efetivo da CPI, classificou o caso como um verdadeiro atentado.