Denúncias da corrupção tucana circulam há pelo menos 4 anos

29/11/2013

Propinoduto

Alguns dos documentos que despertaram a ira dos tucanos contra o PT nesta semana circulam há pelo menos quatro anos pelas mãos de autoridades que investigam os negócios do governo de São Paulo com a multinacional francesa Alstom e a alemã Siemens. No entanto, alguns dos documentos que vieram à tona agora eram conhecidos do Ministério Público de São Paulo desde 2009.

Em junho, a Polícia Federal anexou esse conjunto de papéis ao inquérito que investiga a atuação de um grupo de empresas que teria combinado preços em licitações do Metrô e da CPTM desde 1998, num período em que o Estado foi administrado por sucessivos governos do PSDB.

São três documentos. O mais antigo é uma carta anônima escrita em inglês e enviada ao ombudsman da Siemens na Alemanha em junho de 2008. Ela denuncia irregularidades em licitações das quais a empresa participou e fala em pagamento de propina, sem citar nomes.

Há também entre os papéis um outro documento. O terceiro documento é um relatório mais recente, que oferece mais detalhes sobre licitações que a Siemens teria ajudado a fraudar e cita políticos do PSDB que teriam ligações com lobistas que teriam distribuído a propina paga pelas multinacionais.

Nenhum dos papéis tem assinatura, mas sabe-se que a carta de 2008 foi enviada pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que deixou a empresa em 2007 e hoje colabora com investigações conduzidas pela PF, pelo Ministério Público Federal e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A versão em português da carta enviada à Siemens foi recebida pelo Ministério Público Estadual em 2009 e chegou a ser divulgada pela revista “Carta Capital” na época.

Lobistas

Além de apontar o dedo para o PSDB, ela dá nomes de dois lobistas e de empresas de consultoria que teriam auxiliado as multinacionais a repassar propina a políticos e diretores do Metrô e da CPTM.

O relatório de abril foi revelado há uma semana pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e é datado de 17 de abril deste ano. Ele diz que o atual chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, principal auxiliar do governador Geraldo Alckmin, recebeu propina do lobista Arthur Teixeira, o que ele nega.

O relatório afirma que outros três secretários do governo Alckmin têm relações com Arthur Teixeira: Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), José Aníbal (Energia), e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico).

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta semana que encaminhou a papelada à PF após recebê-la das mãos do deputado estadual licenciado Simão Pedro, secretário da Prefeitura de São Paulo, que nega ter adulterado os documentos.

*com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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