Despejo
Para que caso Pinheirinho não seja esquecido, deputado volta a cobrar justiça
Pouco mais de dois meses da reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos, o governo do Estado de São Paulo nada fez em relação às denúncias de possíveis abusos e violação de direitos humanos cometidos durante a desocupação. As palavras são do deputado estadual Marco Aurélio, que usou a tribuna da Assembleia Legislativa na quarta-feira (28) para cobrar das autoridades competentes mais atenção ao caso.
Não importa quanto tempo passe, eu vou continuar cobrando providências. Eu tenho esperanças que se os órgãos do Brasil não fizerem justiça, os internacionais vão fazer, disse.
Para lembrar o caso, Marco Aurélio mostrou um vídeo com imagens da ação da Polícia Militar e depoimentos das vítimas. Durante apresentação, o deputado comentou sobre os discursos de parlamentares da base sustentação ao governador Geraldo Alckmin, que insistem em dizer que o despejo das cerca de 2 mil famílias foi de forma pacífica, e questionou a garantia que o governo estadual afirma oferecer ao direito da propriedade privada. Esta garantia só funciona para os ricos, neste caso para o empresário Naji Nahas. Para o pobre isso não existe, disse.
Marco Aurélio encerrou seu discurso fazendo um paralelo com o período da ditadura em que militares usavam como slogan Brasil ame-o ou deixe-o, mostrando uma imagem com a frase Governo de São Paulo, ame-o ou deixe-o, e apontando as falhas cometidas na operação Pinheirinho. Não existe humildade para assumir os erros, para eles tudo foi perfeito, finalizou.
Memória
A reitengração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos, ocorreu no dia 22 de janeiro. Cerca de 2 mil famílias foram despejadas das casas, perdendo ainda móveis, roupas e outros pertences pessoais.