Em favelas da capital
Deputado pede investigação dos incêndios que atingem favelas na capital
Os frequentes incêndios que vêm atingindo favelas da cidade São Paulo nos últimos meses foi alvo de preocupação manifestada pelo deputado Simão Pedro em plenário, nesta terça-feira (4/9). Para o deputado, há denúncias de que uma parte destes incêndios possam ser criminosos e para que não permaneça qualquer dúvida é preciso uma investigação séria das suas causas . Isso tudo que vem acontecendo precisa ser apurado em uma ação conjunta da prefeitura e do governo do Estado, enfatizou o parlamentar petista.
Simão Pedro, que coordena a Frente Parlamentar de Habitação Popular e Reforma Urbana, destacou também a necessidade urgente de uma política consistente de habitação para a capital e para o Estado de São Paulo: O que vemos em todos estes casos é a falta de ação do poder público para a solução das causas, sejam elas fatalidades ou atos crimonosos. Há ainda a inoperância das autoridades diante das consequências. As famílias perdem suas casas, seus pertences e ficam a Deus dará, sem receber ajuda.
Mais de 900 famílias tiveram que deixar suas casas devidos incêndios, segundo balanço da Secretaria Municipal de Assistência Social. De janeiro a setembro deste ano, 30 ocupações foram parcialmente destruídas pelas chamas. O último incidente aconteceu na favela Sônia Ribeiro, na zona sul de São Paulo, na última segunda-feira (3/9).
Somente na última semana, outros quatro casos de incêndios em favelas foram registrados em São Paulo. O último aconteceu no Parque Santa Madalena, na região de Sapopemba, na zona leste de São Paulo. O fogo que começou em um lixão próximo à favela se alastrou e atingiu barracos.
No dia seguinte, 1° de setembro, as chamas deixaram desabrigadas famílias de uma comunidade na altura do número 293, na Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Em 28 de agosto, ao menos 55 barracos de uma favela de São Miguel Paulista, na zona leste da capital, foram destruídos por um incêndio. Menos de uma semana antes, na quinta-feira (23/8), outra favela na região da Vila Prudente, também na zona leste, pegou fogo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 150 moradias foram destruídas.*com informações das agências
FALTA PREVENÇÃO
Serra desativou programa de prevenção de incêndios em favelas em São Paulo
Um projeto implantado durante a gestão da Marta Suplicy (PT) na cidade de São Paulo conseguiu, nos seus dois anos de atividade, controlar todos os focos de fogo em favelas antes que se tornassem grandes incêndios. A ideia se mostrou tão eficiente como simples: equipar algumas casas com extintores e treinar moradores para acabar com as chamas antes que se propagassem para moradias vizinhas. Apesar do custo reduzido e do sucesso nas ações, ele foi extinto por José Serra (PSDB) em 2005, quando assumiu a prefeitura. Sucessor do tucano, Gilberto Kassab (PSD) teve a chance de reativar o trabalho depois que um projeto de lei foi aprovado pela Câmara Municipal em 2009, mas não tocou a ideia adiante.
O problema dos incêndios em favelas já foi solucionado. É só a prefeitura querer continuar o que já deu certo, afirma o técnico do laboratório de segurança ao fogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Jose Carlos Tomina, que foi responsável pela metodologia do chamado Programa de Segurança Contra Incêndio, implantado em parceira com a prefeitura e com empresas de equipamentos de proteção contra fogo.
O projeto foi implantado nas favelas Vila Dalva, na zona oeste, Maria Cursi, na zona leste, Jardim Jaqueline, na zona oeste, Cabuçu, na zona norte, Viela da Paz, na zona sul e o Cortiço da Rua Sólon, no centro. Em cada uma, 50 moradores foram treinados para atuarem como brigadistas e cada um deles recebeu dois extintores de incêndio polivalentes, capazes de apagar fogo de qualquer natureza. (com informações da Rede Brasil Atual)