Saúde
O deputado Cido Sério (PT) cobrou nesta terça-feira, 29/4, do secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, uma solução para o problema do aparelho de radioterapia da Santa Casa de Araçatuba. Do plenário da Assembléia, Cido Sério destacou que o aparelho não funciona já há dois anos, o que tem prejudicado e muito os pacientes que precisam passar pela radioterapia.
“Os pacientes de Araçatuba precisam espera dois meses para iniciar o tratamento, que hoje é feito nos hospitais de Barretos e São José do Rio Preto, cidades localizadas a 300 e 150 quilômetros, respectivamente. Pode ser fatal para um paciente com câncer esperar todo esse tempo para ser atendido. Fora o sofrimento que estas pessoas passam, porque após receberem a radiação são obrigadas a viajar centenas de quilômetros de volta a Araçatuba”, disse o deputado.
O problema com o aparelho de radioterapia da Santa Casa de Araçatuba começou em meados de 2002, quando terminou a vida útil da pastilha de cobalto que produz a radiação para o tratamento de câncer. Na época, o aparelho atendia diariamente 50 pessoas e como a radiação produzida pela pastilha estava enfraquecida, os pacientes que antes eram expostos a períodos de seis a dez minutos de tratamento, recebiam, então, a radiação por mais de 30 minutos. Na época, uma pastilha de cobalto, que é importada, custava cerca de R$ 350 mil, segundo a Santa Casa.
Ao invés de trocar a pastilha comprometida e resolver o problema, a Secretaria Estadual da Saúde fez apenas um ajuste no equipamento, que continuou a realizar o procedimento. Entretanto, menos de três anos depois, em março de 2006, a Central de Radioterapia da Santa Casa de Araçatuba suspendeu definitivamente o atendimento. Na época, a Santa Casa informou que pastilha, fabricada em 1993, foi levada para Araçatuba em 1995 já usada. Com uma vida útil de oito anos, a pastilha já não funcionava a contento desde 2001.
“Desde 2006 o tratamento da radioterapia está completamente suspenso, o que penaliza muito os pacientes. Na época, a Santa Casa e a Prefeitura chegaram à conclusão de que era necessário comprar um acelerador linear, que é um equipamento mais moderno que a bomba de cobalto no tratamento radioterápico. O equipamento custa cerca de R$ 2,7 milhões. Vários pedidos já foram feitos tanto ao Governo do Estado quanto à União, mas até hoje não temos uma solução”, lamentou o deputado.
Cido Sério lembrou que em setembro de 2005 o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a admitir a possibilidade de o Estado importar o aparelho. “Depois disso, o governo estadual inaugurou uma nova ala do hospital, na qual investiu R$ 15 milhões e que até agora não funciona por falta de uma verba de custeio para manutenção de funcionários e equipamentos.Passados dois anos, a Santa Casa continua a aguardar uma resposta do governador sobre a possibilidade de enviar para Araçatuba um acelerador linear. Por isso estou cobrando o secretário de Saúde aqui. Já passou da hora do Estado resolver este problema”, finalizou o deputado.