Deputados propõem o fim das revistas vexatórias nos presídios

10/06/2014

Direitos Humanos

Nesta terça-feira (10/6), a Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado Adriano Diogo, realizou audiência pública para debater o PL 797/2013, que proíbe a revista íntima dos visitantes nos estabelecimentos prisionais do Estado.

O deputado Adriano Diogo considerou o PL, de autoria do deputado José Bittencourt, um importante passo “no processo civilizatório da humanidade”, e citou proposta semelhante já aprovada pelo Senado. Defendeu que no texto do PL também fosse incluída a revista mecânica, através de scanners corporais, como os usados nos aeroportos, também para os visitantes da Fundação Casa, que sofrem os mesmos vexames.

José Bittencourt afirmou que em outros Estados já há norma parecida, e contou que a ideia para elaboração projeto veio de relatos sobre os vexames a que visitantes são submetidos quando vão visitar familiares em um dos 160 presídios do Estado. Ele defendeu ainda que fosse feita uma emenda aglutinativa, de forma a melhorar a redação de emenda apresentada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação pelo deputado Geraldo Cruz. Sugeriu ainda que o PL fosse encampado pela comissão, como uma forma de agilizar sua aprovação, o que teve apoio dos parlamentares presentes.

A deputada petista Beth Sahão enfatizou a importância da aprovação do projeto, porque o que acontece hoje “é a institucionalização de uma violência. É um tipo de agressão que está sendo cometida com este tipo de vistoria”. No mesmo sentido, falou o deputado Marco Aurélio.

Visão dos funcionários

Representante de uma comissão de funcionários da Fundação Casa, Adriano Neiva elencou sugestões da categoria ao PL 797/2013. Ressaltou que também é constrangedor para os funcionários fazerem a revista corporal de visitantes, mesmo quando é feita entre pessoas do mesmo sexo, e defendeu que os aparelhos sejam usados também dentro das unidades, em caso de transferência interna de educandos.

Neiva preocupou-se com o alto custo dos aparelhos de scanner por raio X, pois as unidades da Fundação Casa têm diversas carências financeiras. “Mas o scanner ainda é melhor que o detector de metais, que pode ser burlado com facilidade”, disse.

Outra solução apresentada seria a construção de espaço específico para que o preso fosse revistado antes e depois da visita, dispensando assim a revista do familiar. (com informações da Agência Alesp)

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