Em defesa da população

Na segunda-feira (27/4), em reunião entre deputados estaduais, o presidente da Dersa Desenvolvimento Rodoviário S/A-, técnicos da empresa e representantes de Associações de Moradores da Zona Leste da Capital e de Mauá (ABC paulista) que terão casas desapropriadas para as obras de prolongamento da avenida Jacu-Pêssego, a empresa admitiu Carta de Crédito às famílias.
A reunião discutiu, também, problemas relacionados à compensação ambiental e de uma escola que, conforme o projeto, poderá ficar isolada depois da obra, prejudicando mais de dois mil alunos.
Os deputados Rui Falcão (líder da Bancada), Donisete Braga, Adriano Diogo e Simão Pedro defenderam que a Dersa ofereça Carta de Crédito às famílias para que elas mesmas decidam que tipo de imóvel comprar, casa ou apartamento bem como o local. O presidente da Dersa, Delson José Amador, disse que a empresa solicitou estudos jurídicos sobre esta possibilidade junto ao Banco Central.
Os representantes dos moradores e deputados explicaram ao presidente da empresa que a forma como os técnicos da Dersa vem conduzindo as negociações, especialmente nos casos de reassentamento, quando o morador não tem escritura pública do imóvel, é prejudicial às famílias e está promovendo muitas inquietações e angústias. O fato é que as pessoas compraram os terrenos, construíram suas casas e estão ali há mais de 20, 30 anos. Tem que ter tratamento digno e receber uma indenização justa., enfatizou Amiltom Clemente, da Associação dos Moradores em Defesa do Traçado da Jacu Pêssego. Os deputados do PT foram enfáticos em pedir que o Estado respeite o direito dos moradores.
Às famílias que serão reassentadas a Dersa está oferecendo duas opções: indenização das benfeitorias, R$ 300,00 para a mudança e mais R$ 10.800,00 (pagos de uma única vez) para aluguel no período de 24 meses; ou uma unidade habitacional da CDHU e R$ 450,00/ mês para pagar aluguel até a entrega do apartamento em local escolhido pelo Estado e outros R$ 300,00 para a mudança. Muita gente quer casa e não apartamento, disse Agostinho Vieira de Freitas, da Associação Habitacional de Mauá (Ahma). O deputado Rui Falcão contestou o valor do aluguel e pediu que a empresa forneça mais detalhes sobre como chegou a este valor, para ele insuficiente.
ESCOLA EM PERIGO
O presidente da Dersa também foi alertado e disse que tomará providências quanto à Escola Estadual Jardim Iguatemi, localizada na Avenida Ragueb Chofhi,
Duplicidade na compensação ambiental
Deputados e representantes dos moradores pediram ainda explicações da Dersa sobre o fato de a prefeitura de São Paulo também estar utilizando as áreas apontadas pela Dersa como compensação ambiental da Jacu Pêssego, os parques do Jardim da Conquista e da Gabirobeira, como objeto de compensação ambiental e venda de crédito de carbono em função do aterro São João (Zona Leste). Além disso, representantes dos moradores reclamaram que estão sendo excluídos dos debates sobre compensação ambiental promovidos pela secretaria do Verde da cidade de São Paulo.
Presenças
Participaram da reunião na Dersa os deputados Donisete Braga, Adriano Diogo, Simão Pedro e Rui Falcão, todos do PT; Ailton Azevedo e João Carlos Gomes, representaram o deputado José Zico Prado (PT). Pelos moradores: Amilton Clemente e Douglas Alves Mendes, da Associação em Defesa dos Moradores do Traçado da Jacu Pêssego; Neuza Alves Oliveira e Agostinho Vieira Freitas, da Ahme -Associação Habitacional de Mauá; Laércio José de Souza, Antonio Luiz Lima e Ailton Alves dos Santos, da Associação dos Moradores do Jardim da Conquista.