Especialistas debatem obesidade e política alimentar

08/09/2005 15:50:00

Os problemas ocasionados pela obesidade na população brasileira e a necessidade da implantação de uma política alimentar compartilhada entre a União, estados e municípios são os temas que serão discutidos, em 08/09, durante a realização do Congresso Brasileiro de Nutrologia e Obesidade, que será realizado no Gran Meliá Hotel, em São Paulo. Simão Pedro, autor de projetos de lei sobre estes assuntos, foi convidado pela Associação Brasileira de Nutrologia e pelo Conselho Federal de Medicina como palestrante do evento.
Estudos demonstram que crianças e adolescentes obesos têm grande probabilidade de se tornarem adultos obesos. Quando os hábitos alimentares são praticados de maneira incorreta, o risco de a criança se tornar obesa na adolescência é de 75% e na vida adulta é de 40%. Uma das alternativas para prevenção do problema é o incentivo logo nos primeiros dias do aleitamento materno. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, existem 1,5 milhões de crianças obesas no Brasil. Em sua maioria nas regiões Sul e Sudeste que contam com o dobro de obesos observados na região Nordeste.

Outro fator é que a falta de acesso à informação e à prática de atividades físicas regulares também contribuem para o aumento de doenças crônicas decorrentes de hábitos alimentares incorretos. Dados do Ministério da Saúde indicam que no Brasil a qualidade da alimentação é inadequada nas camadas de baixa renda e naquelas que registram crescimento da renda, porém, é adequada nas camadas de alta renda O deputado Simão Pedro está propondo a instituição de uma Política de Combate à Obesidade no Estado de São Paulo com objetivo de atuar no tratamento à obesidade infantil na rede escolar; na promoção de campanhas de estímulo ao aleitamento materno; na capacitação do servidor público estadual que trabalha diretamente com a população, tornando-o um agente multiplicador; no direcionamento especial às comunidades com baixos índices de pobreza e desenvolvimento econômico e social; além de determinar que o Estado celebre convênios e parcerias com a União, municípios e entidades da sociedade civil.

Apesar dos problemas proporcionados pela obesidade, também se verifica nas grandes cidades brasileiras o agravamento da fome entre as populações de baixa renda. Diversos estudos, incluindo dados do governo federal e do IPEA, têm mostrado que os níveis de pobreza e da indigência vêm se mantendo e até mesmo apresentando ligeiro aumento, especialmente nas regiões metropolitanas.

A atuação integrada entre a União, Estado e Municípios e entidades da sociedade civil é uma das principais estratégias no combate à fome e à miséria.

Neste sentido, encontram-se tramitando, desde dezembro de 2003, na Assembléia Legislativa, projeto de lei de Simão Pedro e Mário Reali que institui a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional com o objetivo de assegurar direito à alimentação básica, de qualidade e permanente à população carente de São Paulo. Os deputados defendem o incremento de restaurantes populares em cidades de médio e grande porte; a ampliação de oferta de alimentos, sobretudo por meio de estímulo á agricultura familiar; e a implantação de programas, projetos e ações dirigidos ao combate à miséria e à fome.

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