Especialistas defendem o uso racional do agrotóxico

15/02/2011 17:15:00

CPI da Segurança Alimentar

 

 

A CPI da Segurança Alimentar, que tem como relator o deputado do PT Simão Pedro, ouviu nesta terça-feira (15/02)  especialistas em defensivos agrícolas, mais conhecidos como agrotóxicos.

Tanto o Prof. Dr. Ângelo Zanaga Trapé, cientista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas, quanto o Prof. Dr. Geraldo Papa, cientista do Departamento de Engenharia Rural e Solos da Unesp, foram categóricos ao afirmar que apenas o mau uso dos defensivos pode trazer consequências à saúde.

Com um levantamento realizado pelo ambulatório de Toxicologia do HC de Campinas, o professor Ângelo afirmou que nunca foi atendido no local um paciente sequer com intoxicação alimentar por agrotóxico, e que os atendimentos eram basicamente dirigidos a agricultores que utilizavam o produto sem a devida precaução. Durante sua apresentação, exibiu a foto de um trabalhador que carregava o recipiente do agrotóxico ao lado da marmita e da garrafa de água.

Também citou estudo da Anvisa que analisou uma amostra de alimentos e concluiu que era insignificante o uso de defensivos não autorizados ou acima do limite permitido. “Temos no país uma segurança alimentar muito boa e uma fiscalização eficiente”, afirmou. Para ele a agricultura orgânica é uma “perversidade” com a população em geral, que não pode comprar um produto mais caro.

Para o professor Geraldo Papa, da Unesp, hoje se busca um manejo integrado, que garanta a sanidade da agricultura convencional. “Temos que encontrar um meio termo entre o viável financeiramente e o melhor para o meio-ambiente. O agrotóxico é a melhor ferramenta, mas seu uso precisa ser racional e moderno”.

O deputado Simão Pedro afirmou que todos devem estar atentos porque a indústria busca lucros cada vez maiores. “Nós temos preocupação com o meio-ambiente, com a saúde do trabalhador. Buscamos um caminho razoável. Que a volúpia da indústria seja controlada”.

Simão também ressaltou que os centros de pesquisa do Estado, que podem apoiar os agricultores, não recebem recursos suficientes.

 

 

 

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