Período integral
Criado em 2006 por Geraldo Alckmin como aposta para o ensino fundamental, o programa Escola em Tempo Integral do Estado de São Paulo reduziu sua presença na rede em 40% e hoje está em apenas 309 escolas. A promessa sempre foi ampliar o projeto para todos os alunos do fundamental, mas, em direção oposta, o governo abandonou o modelo atual e agora desenha uma transformação para 2013.
Expandir o modelo para toda a rede não está mais nos planos da gestão – a promessa constava da última campanha de Alckmin. No sistema a ser implementado em 2013, o tempo integral será oferecido como opção.
A adesão de pelo menos 60% da comunidade escolar será critério para que a unidade ofereça a modalidade. Os familiares que não forem favoráveis poderão manter os filhos no modelo convencional, na mesma unidade. Nos casos em que mais de 90% dos pais optarem pelo programa, as unidades serão mantidas ou se tornarão de tempo integral. A Secretaria de Educação promete, entretanto, ampliar o número de escolas, mesmo sem detalhar a expansão.
Quando Alckmin assumiu o governo neste ano, encontrou 399 escolas no sistema – bem menos do que as 514 escolas de 2006. Mas o enxugamento se manteve em 2011 e outras 90 unidades saíram do projeto.
A secretaria promete atenção nos educadores, como formação continuada e melhor articulação entre as oficinas e aulas regulares. Para a professora Ana Maria Cavaliere, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o tempo suplementar precisa ter qualidade. “A escola é uma só e o horário é um só. Não é somente aulas convencionais o dia inteiro, mas tem de ter projeto, coerência e metodologia. Não basta ocupar o tempo.”
Segundo ela, que é pesquisadora do ensino integral, só é possível estender o modelo para toda uma rede com muito o investimento. “É preciso quase dobrar o parque de prédios escolares.” As 309 escolas de tempo integral atendem a 76.381 alunos dos ciclos 1 e 2 do ensino fundamental.
fonte: O Estado de S. Paulo