Estudantes ocupam escolas contra declínio da educação promovido pelas políticas do governo golpista

13/10/2016

Ocupação Estudantil

Crédito: Mídia Ninja

Estudantes ocupam escolas públicas em todo Brasil contra desmonte da educação

De acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), em levantamento feito no fim da tarde de hoje, 330 escolas públicas foram ocupadas no país. Bancada do PT na Alesp apoia luta dos estudantes.

Desde o início desta semana estudantes têm ocupado escolas estaduais e diretórios de ensino em protesto à Reforma do Ensino Médio, que retira a obrigatoriedade dos alunos cursarem matérias como Filosofia, Artes e outras; e contra PEC 241, que vai congelar por 20 anos investimentos nas áreas sociais, cortando verbas de bolsas, pesquisas, extensões universitárias – sem falar do achatamento de salários entre outras medidas que vão provocar o declínio da educação em todo o país.

Na segunda-feira, 10/10, movimentos estudantis ocuparam a sede do Gabinete da Presidência da República, na Avenida Paulista. A Bancada dos deputados estaduais do PT apoiaram e acompanharam a ação de resistência. Os deputados Márcia Lia, Alencar Santana Braga e João Paulo Rillo estiveram no local para tentar impedir ações truculentas da Tropa de Choque, que cercou a área impedindo advogados e parlamentares de chegarem aos manifestantes.

Os estudantes, que ocuparam o terceiro andar do prédio, ficaram encurralados pela PM que ocupou o segundo e o quarto andar. Além de não deixarem advogados e políticos terem contato com manifestantes, as forças policiais chegaram ainda a partir com seus escudos para cima da deputada Márcia Lia, que teve sua perna machucada.

O deputado Alencar Santana Braga manifestou-se na ocasião da reprimenda e parabenizou os estudantes pelas ocupações: “Temos que parabenizar os estudantes que ocupam a sede da presidência em São Paulo no dia em que o governo golpista Temer quer limitar os gastos sociais, ou seja, quer condenar uma geração inteira à ignorância e às trevas, não garantindo direitos fundamentais”, colocou o deputado, acrescentando que o governo ilegítimo, com suas medidas, está “rasgando a Constituição”.

Sequência e consequências das ocupações

Já no dia de ontem, 12/10, os ânimos acirram-se e onze secundaristas que ocupavam a diretoria de ensino de Perdizes, na Zona Oeste da cidade, foram detidos por quatro horas. Segundo o portal Ponte de direitos humanos, justiça e segurança pública, três jornalistas que cobriam o ato relatam terem sido ameaçados por PMs e ainda foram obrigados a apagar imagens e vídeos feitos no local.

“Pode apagar, senão vou apreender sua câmera”, disseram os PMs aos jornalistas, segundo o site. Os jornalistas do veículo conseguiram salvar um fragmento de material no qual ouvia-se mais uma ameaça: “O que estiver vinculado à escola e à polícia pode apagar, senão vou apreender sua câmera”.

Após a apreensão dos materiais os jornalistas reprimidos foram ainda obrigados a entrar em viaturas para serem levados ao 91º DP (Ceasa). Os PMs admitiram que não tinham indícios para autuação dos jornalistas, mesmo assim disseram que os profissionais estavam sendo conduzidos “na condição de testemunhas”.

20 estudantes detidos em Campinas

Ainda hoje, 13/10, a Polícia Militar apreendeu 20 estudantes que ocupavam a Escola Estadual Newton Pimenta Neves, no Jardim Aeroporto, Campinas. Os jovens, que estavam na escola desde a última terça-feira, foram levados pela PM para a 2ª Delegacia Seccional pela manhã.

Bancada petista a favor dos estudantes

Na Assembleia Legislativa paulista, a Bancada do PT segue firme nas apurações da fraude da Máfia Merenda que atuou no Governo Alckmin e desviou mais de um milhão dos recursos dos alimentos dos alunos das escolas públicas estaduais.

A próxima reunião da CPI acontece na terça-feira, 18/10. Serão ouvidos mais dois depoentes. Cleiton Gentili, que trabalhou na Agricultura e em janeiro de 2015 foi para a Educação. De acordo com o site BuzzFeed, suspeita-se que Gentili auxiliou a COAF (Cooperativa Agrícola orgânica Familiar), envolvida no esquema da máfia da merenda, a facilitar o dinheiro do contrato a pedido da pasta em que trabalhou anteriormente. O outro depoente é Rodrigo Pimenta, também funcionário da Secretaria da Educação, ex-Diretor Técnico de Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno (DAAA).

Marina Moura

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