FDE
Executivo que denunciou fraudes na FDE será ouvido na Assembleia Legislativa
O ex-diretor comercial da empresa Diana Paolucci, Djalma Silva, que relatou como funciona esquema de fraudes em licitações na Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), prestará esclarecimentos aos deputados na Comissão de Educação e Cultura, que se reúne nesta quinta-feira (12/12), às 10 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
O pedido de comparecimento foi solicitado pelos deputados do PT, em agosto último, quando Djalma Silva denunciou à imprensa irregularidades na Fundação que é ligada ao governo do Estado.
Djalma trabalhou por mais de um ano na Diana Paolucci, empresa investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Estadual por integrar Cartel de fornecedoras de uniformes para escolas da rede pública, como diretor-comercial da companhia e tinha a tarefa de abrir portas no poder público. Foi nesta condição que ele participou de reuniões e negociatas que tentavam ampliar a participação da Diana Paolucci no mercado de fornecimento de kits escolares, na prefeitura de São Paulo.
Documentos entregues ao Ministério Público Estadual, cópias de e-mails e mensagens de celular trocadas com os empresários e políticos envolvidos no esquema mostram, por exemplo, a negociata entre o ex-diretor da Diana Paolucci e José Ortiz Júnior, prefeito eleito de Taubaté pelo PSDB e filho do presidente FDE, José Bernardo Ortiz.
A Fundação é responsável por todas as licitações do governo de São Paulo na
área da educação e possui orçamento de quase R$ 3 bilhões. Segundo a denúncia do executivo, Ortiz Júnior, falando em nome do pai e usando sua influência de cacique tucano, o teria procurado no ano passado para levantar recursos para sua
campanha eleitoral. Ele queria R$ 7 milhões e pediu 10% do contrato. Consegui
5%, lembra.
De acordo com Djalma, o esquema foi implementado pelo ex-governador José Serra ainda no governo do Estado e importado para a prefeitura paulistana, onde operou desde 2006 pelas mãos do secretário Schneider, que deixou o cargo justamente para concorrer como vice na chapa tucana. Tanto em nível municipal como no estadual, o esquema seria coordenado pela empresa Capricórnio.
Segundo líder da Bancada do PT, deputado Alencar Santana Braga, diante da declaração de Djalma que vem sofrendo perseguições e ameaças de morte contra si e sua família, a Bancada solicitou que a reunião seja realizada em caráter reservado, para preservar a fonte.