Faltam médicos na rede estadual e municípios pagam a conta

21/05/2012

Sem médicos

Os baixos salários e a falta de um plano de carreira têm feito com que ocorra uma carência absoluta de profissionais de saúde nos hospitais estaduais. Grávidas no momento do parto têm sido transferidas às pressas.

A Secretaria de Estado da Saúde admitiu que está com dificuldade de fixar médicos nas zonas Leste e Norte da capital, além das cidades do chamado Alto Tietê e na região de Franco da Rocha, onde fica Caieiras. De acordo com a secretaria, faltam médicos intensivistas, anestesistas, psiquiatras e neonatologistas.

Segundo o prefeito de Caieiras, Roberto Hamamoto, a maternidade, que foi estadualizada e é ligada ao Hospital Regional de Franco da Rocha, passa quatro dias por semana sem o quadro completo de médicos. “É uma situação caótica e a população não entende que não é culpa da prefeitura”, disse Hamamoto.

A secretária municipal de Saúde, Miriam Neves, contou que nos casos mais emergentes as pacientes grávidas são transferidas para um hospital particular e a prefeitura arca com a metade dos gastos com o parto. “Pagamos metade e a outra metade fica com o SUS”, disse. “Nós gastamos em média R$ 30 mil mensais para atender esses partos que não podem ser feitos na maternidade estadual.”

Na região do Alto Tietê, as cidades de Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba também estão com problema de falta de médicos, de acordo com Pedro Campos, secretário executivo do Consórcio dos Municípios do Alto Tietê. “A saúde, com o déficit de médicos, é hoje o nosso principal problema”, afirmou.

Segundo João Paulo Cechinel Souza, diretor do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo, a origem do problema de falta de médicos nas regiões mais distantes está na defasagem salarial dos servidores do Estado. Nos hospitais estaduais, por um plantão de 12 horas, o médico recebe uma remuneração de R$ 660, enquanto na rede privada paga-se em média R$ 1,5 mil.

Com informações do jornal Diário de São Paulo

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