Favela do Sapo: parlamentares e movimentos de moradia conseguem acordo com a Prefeitura

11/02/2011 17:11:00

Despejo

 

Após dois dias (9 e 10/2) de ações truculentas da Prefeitura de São Paulo para remoção de moradias na Favela na Sapo, os deputados do PT, Carlos Neder e Luiz Cláudio Marcolino (eleito), e representantes de movimentos de moradia conseguiram um acordo mínimo com a superintendente da Secretaria de Habitação Social do Município de São Paulo, Elisabete França, em reunião na tarde da quinta-feira (10/2).

Ficou acordado que as 17 famílias que tiveram suas casas demolidas no dia 9 vão receber bolsa aluguel e que em toda a favela será realizado um novo recadastramento das famílias. Quanto a solicitação para que as famílias sejam transferidas para áreas próximas, a superintendente disse apenas que irá estudar o pedido.

As famílias só não foram totalmente retiradas do local graças à ação organizada da sociedade civil e a intercessão dos parlamentares. No entanto, a expectativa dos moradores e das ONGs que atuam pela defesa dos direitos de moradia, é de que a Prefeitura tente novamente retomar a remoção dos barracos.

Arbitrariamente, a Prefeitura tentou expulsar as mais de 400 famílias da Favela do Sapo – localizada ao redor da Marginal Tietê, entre as pontes da Freguesia do Ó e do Limão –  sem ordem de despejo e sem propor qualquer alternativa habitacional.

Neder denuncia: prefeitura admitiu usar “jagunço” para remover favela

A truculência da administração Kassab tem nome e sobrenome: Francisco Evandro Ferreira Figueiredo é o nome completo do funcionário terceirizado que a Secretaria Municipal de Habitação utiliza para a função de amedrontar moradores, com revólver em punho, e derrubar barracos.

“Evandro foi contratado para derrubar as casas, para tirar as pessoas da favela”, admitiu a superintendente Elizabete França.  O relato da declaração da superintendente, que também é secretária adjunta da pasta, foi feito pelo deputado estadual Carlos Neder, que participou da reunião da quinta-feira (10/2).

“Ela falou isso na frente de dezenas de testemunhas. É um absurdo que a municipalidade use a violência, a intimidação e a truculência como uma praxe administrativa. Quantos outros ‘Evandros’ existem por aí?”, questionou Neder, durante a reunião. Ele disse que a Assembléia tem de apurar esse caso. E lembrou que a Câmara Municipal também tem essa obrigação, aproveitando-se da presença do presidente do Legislativo paulistano, José Police Neto. 

Segundo informação levantada pelo mandato de Neder,  Evandro é funcionário terceirizado da empresa BCT Transportadora, que presta serviços à Secretaria de Habitação. Entretanto, segundo moradores, é ele quem coordena as ações dos funcionários municipais incumbidos de derrubar os barracos.

Foi Evandro, afirmam os moradores, que coordenou a ação truculenta desta quinta-feira na Favela do Sapo, localizada na zona oeste, entre as pontes do Limão e da Freguesia do Ó. Foram derrubados 17 barracos da favela, sem que houvesse preocupação em verificar se estavam ocupados ou não. Moradores que reclamaram e tiraram fotos foram intimidados por  Evandro, que se identifica como policial militar e estava armado.

Geladeiras, colchões, fogões e outros pertences de moradores foram jogados pelos funcionários da prefeitura no córrego Água Branca, que passa no meio da favela, durante a tentativa de desapropriação.

*com informações do site do deputado Carlos Neder

 

 

 

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