Fim do HU/USP ansiado por Alckmin deixaria 500 mil pessoas sem atendimento

23/11/2017

SAÚDE EM CHEQUE

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“Devia ter um ato de rasga-diploma de Alckmin e Zago”, desabafou João Chaves, do Fórum das Seis, durantes audiência pública na Alesp contra desmonte do Hospital Universitário da USP. Estudantes, parlamentares e médicos responsabilizam Alckmin por mais essa destruição.

Representando o Fórum das Seis, entidade constituída pela Adunesp, Adunicamp, Adusp, Sintunesp, STU e Sintusp, João Chaves logo lançou uma fala-proposição que agradou o público presente: “devia ter um ato de rasga-diploma de Alckmin e Zago”.

Estudantes de Medicina que se encontram em greve, deputados, médicos e público em geral, que lotavam o plenário da Alesp na audiência pública realizada quarta (22) contra o desmonte do Hospital universitário da USP, pareceram gostar da ideia, tamanha animação que tomou conta do plenário.

Para João Chaves, os dois médicos, Geraldo Alckmin e Marco Antonio Zago, governador tucano e reitor da USP por ele escolhido, deviam ter seus diplomas cassados frente à falta de sensibilidade de desmontar um hospital de referência da região oeste da capital paulista e que, segundo informações disponibilizadas por matéria da RBA(http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/11/alckmin-e-responsabilizado-pelo-processo-de-fechamento-do-hospital-universitario-da-usp), até 2013 prestava 282 mil atendimentos de emergência e 13 mil internações, além de 12 mil consultas ambulatoriais, 400 cirurgias, 3.543 partos, 140 mil exames de imagem e 965 mil exames laboratoriais custeados com apenas 8% da verba destinada à USP.

“Não é só na mesa de paciente que se mata paciente. Alckmin tem que ser declarado como presidente que assassina nação”, finalizou Chaves.

Para o líder da Bancado dos deputados estaduais petistas, Alencar Santana Braga, o desmonte é uma decisão política:

“O governador Alckmin é o responsável. Se está fechando o Hospital Universitário, é porque ele está deixando. Se não está tendo dinheiro é porque ele quer, porque ele pode remanejar o orçamento e garantir mais recursos para a universidade”, afirmou o líder durante a audiência.

“Solidários e de mãos atadas”

Daniel Simões, chefe de gabinete do secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, compareceu à audiência dizendo que estão “solidários e de mãos atadas”, com relação ao desmonte do HU/USP. Sugeriu como saída que população atendida pelo HU utilizasse o Hospital Bandeirantes e outras unidades de saúde da região.
Simão disse que “economia tem que ser levada em conta”, que “Prefeitura precisa de redesenho da rede” e que está pensando “em serviços que levem em conta demanda da população”.

Por que o governador tem que escolher o reitor?

Atualmente, a votação do reitor ocorre por lista tríplice. Primeiro, são consultados votos da Academia, em eleição interna, e em seguida os nomes das três duplas seguem para o governador, que faz escolha do reitor e do vice.

Alencar Santana Braga defende que a Assembleia Legislativa e a população participem deste processo.

“Queremos que os três mais votados sejam sabatinados pela Alesp, pela Comissão de Educação, antes do governador escolher. Apresentamos requerimento de convocação do reitor escolhido para ele dizer o que quer para a USP, quais são seus planos”, afirmou.

Pressão na hora da votação do Orçamento

Presente na audiência, o deputado Barba, que é membro da Comissão de Finanças, orçamento e planejamento da Casa, lembrou que no ano passado a Bancada petista conseguiu negociar a questão dos médicos residentes na Comissão. Para ele, este é o momento de todos pressionarem e fazerem o enfrentamento, a favor de mais recursos para a universidade.

Aumento no repasse de recursos para Universidades paulistas

A deputada Beth Sahão falou da dificuldade que enfrenta na luta de anos pela ampliação do repasse do ICMS para as universidades públicas, que parou nos 9,57%.
Beth também fez dura crítica à tentativa camuflada de desmontar o HU a fim de privatizá-lo:

“Temos que defender o SUS, o atendimento público na Saúde e o Hospital Universitário, não fazer parceria com esse fantoche de prefeito que quer privatizar, colocar sob gestão de OS , como fazem em outros lugares. Privatiza e derruba qualidade do atendimento público. Precisamos ficar atentos”, atentou a deputada.

Abraço contra o fim do hospital universitário da USP

Participante da audiência, Marcelo Aguirre, do Coletivo Butantã na Luta, convidou todos para um abraço simbólico em defesa do Hospital Universitário da USP.
O ato acontece nesta sexta (24), em frente ao portão 3. De lá os participantes caminharão até o hospital e o abraço deve ocorrer às 12h.
Marcelo e Lighia Brigitta, que também faz parte da associação, apelam às pessoas para que assinem abaixo-assinado: http://www.peticaopublica.com.br/psign.aspx?pi=BR73949

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