Funcionalismo estadual indica construção de greve conjunta em São Paulo

22/04/2015

Greve

Trabalhadores (as) do funcionalismo estadual paulista da educação, da saúde e seguridade social, do sistema prisional e da Fundação Casa apontaram indicativo da construção de uma greve conjunta, caso o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não abra diálogo para tratar da pauta de reivindicações das categorias.

A decisão foi anunciada em ato público realizado na noite da sexta-feira (17/4), que lotou a Praça da República, centro da capital paulista.

Também foi unânime o engajamento de todo o funcionalismo no embate para derrubada do Projeto de Lei (PL) 4330/04, que libera as terceirizações em todas as atividades, retirando direitos e precarizando o emprego. A próxima mobilização nacional será na quarta-feira (22/4), quando o PL 4330 volta à pauta do Congresso Nacional.

Segundo o vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, esse é momento é importante por mostrar quem está ou não ao lado da classe trabalhadora, com parlamentares votando contra as terceirizações e outros, com o sindicalista Paulo Pereira da Silva (SD-SP), votando à favor da retirada de direitos. “Ele se arroba interlocutor da classe trabalhadora na grande mídia, mas é um traidor, vendeu o trabalhador no Congresso Nacional e defendeu o projeto do patrão”, critica.

No governo estadual paulista, todo o funcionalismo vivencia as mesmas dificuldades – autoritarismo, ausência de diálogo, baixos salários e desvalorização dos trabalhadores (as), desmonte dos serviços públicos prestados à população.

Em greve desde 13 de março, mais de 60 mil professores (as) aprovaram a continuidade da paralisação e o acirramento da pressão para que o governo estadual negocie a pauta de reivindicações da categoria. O movimento alcançou 90% das escolas estaduais na sexta (17/4).

“É a unidade que vai arrancar a vitória. Ninguém se curva e ninguém se curvará”, garante Maria Izabel Azevedo Noronha, presidenta da Apeosp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Precariedade, superlotação e adoecimento laboral

Na Fundação Casa, além de reajuste salarial, a principal reivindicação é por melhores condições de trabalho, pois o quadro é reduzido, insuficiente para o número de adolescentes atendidos, levando ao alto índice de adoecimentos dos funcionários. A categoria está em estado de greve e fará assembleia em 2 de maio.

“Temos 165 centros da Fundação Casa e todos sofrem com a falta de funcionários. Há locais em que são, em média, apenas três funcionários para 65 adolescentes”, denuncia Aline Salvador, secretária de Políticas Sociais do Sitraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo).

O estado de greve foi oficiado ao Ministério Público e à Secretaria Estadual de Planejamento na última semana, mas o governo estadual sinalizou que não tem nenhuma proposta, afirma a dirigente.

Cenário semelhante é vivido cotidianamente no sistema prisional, com superlotação das unidades, poucos funcionários sempre sobrecarregados e com desvio de função. As pautas financeira e técnica e de condições de trabalho foram protocoladas em março, já com pedido de reunião, mas a categoria não foi recebida nenhuma vez pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), diz João Rinaldo Machado, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp).

“Estamos montando as comissões de negociação nas unidades prisionais e, se até o final do mês a SAP não iniciar as discussões, vamos começar as assembleia em todo o estado e, se for o caso, chamar uma paralisação”. Em 20014, a categoria fez greve por 15 dias, paralisando 122 das 160 unidades prisionais.

Também não há qualquer avanço para os servidores da saúde.”Vamos colocar em votação o movimento paredista tendo em vista uma greve, e conferir a disposição da categoria”, garante Gervásio Fogonholi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP).

A proposta será votada na assembleia que a categoria realizará no próximo dia 29, em frente à Secretaria Estadual de Saúde (SEE), onde haverá reunião entre representantes do SindSaúde-SP e da SEE para nova tentativa de abertura das negociações.

Fonte: CUT-SP

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