Governador dá calote e Capez trata médicos como bandidos

05/12/2016

Calotes Tucanos

Crédito: Marina Moura

Tucanices – Governo não dialoga com residentes que reivindicam reajustes prometidos. Atos continuam.

Arrochados há mais de oito meses, os médicos residentes têm realizado frequentes manifestações na Assembleia Legislativa em busca de apoio e mediação dos deputados para receberem do governador Geraldo Alckmin reajuste de 11,91%, da bolsa- auxílio, que deveria estar sendo pago desde abril.

Na semana passada os médicos se dirigiram à Alesp na esperança de falarem com os deputados e líderes partidários, mas o presidente da Casa, deputado Fernando Capez (PSDB), enviou PMs para recepcioná-los, na porta do prédio.

Para impedir o acesso dos médios residentes, os PMs ficaram postados numa barreira humana, municiados de cassetes e armas, numa cena grotesca, desproporcional e de evidente censura aos manifestantes.

Os médicos, com seus tradicionais jalecos brancos, promoviam um ato pacífico, bem humorado e com leve irreverência. Alguns, com nariz de palhaço, seguravam balões pretos, apitos e usavam máscaras de papel com o rosto do governador Geraldo Alckmin.

Esta munição foi o suficiente para o que os médicos fossem tratados como bandidos e expostos à humilhante revista e terem pertences recolhidos. As mulheres tiveram que abrir as bolsas e disporem numa caixa improvisada os guarda- chuvas e garrafas de água e, assim como os homens eram constantemente alertados que deveriam também depositar no coletor o nariz de palhaço, apitos e as máscaras.

Toda esta censura, intimidação e constrangimento tinham como objetivo coibir o movimento que cobra o calote por parte do governador Geraldo Alckmin.

O pleito dos médicos residentes resultou da negociação realizada em nível nacional entre o Conasss (Conselho Nacional de Secretários de Saúde ) e a ANMR (Associação Nacional dos Médicos Residentes), no ano passado.

Segundo a Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin é o único do país que ainda não pagou o reajuste da bolsa dos médicos residentes.
A Associação informa ainda que já fizeram atos em caminhada até o Palácio dos Bandeirantes e à Secretaria Estadual de Saúde, mas as tentativas de diálogo foram infrutíferas.

O governo que não abre canal de diálogo e semeia o falso argumento que não tem recurso e precisa de autorização parlamentar para remanejar verba e efetuar o pagamento.

Na ocasião da aprovação do Orçamento de 2016, pela Assembleia Legislativa, foi prevista uma margem de remanejamento que permite ao governador fazer a realocação de recursos de uma rubrica para a outra, sem precisar de nova autorização do Poder Legislativo.

Além do calote, os médicos foram submetidos à truculência, censura e falta de sensibilidade do presidente Capez, que tratou com intimidação, coação aqueles que queriam apenas dialogar e receber.

Rosário Méndez

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