Governistas aprovam que reunião do Conselho de Ética seja a portas fechadas

29/09/2011

Venda de emendas

Por pressão dos governistas, a primeira reunião do Conselho de Ética a respeito de denúncias do deputado Roque Barbiere sobre “venda” de emendas parlamentares aconteceu a portas fechadas.

O deputado Campos Machado, colega de partido do autor da denúncia, propôs que a imprensa que lotava o plenário se retirasse. “Eu não vou aceitar essa questão de democracia”, chegou a declarar Campos Machado, que também questionou a participação na reunião dos deputados que não fazem parte do Conselho, como o autor do requerimento de convocação de Barbiere, deputado Carlos Gianazzi.

Votaram favoravelmente ao requerimento de reunião fechada os deputados Cauê Macris, Hélio Nishimoto, André Soares, Dilmo dos Santos, Campos Machado, José Bittencourt e Alex Manente. Apenas os deputados do PT membros do Conselho, Marco Aurélio e Luiz Claudio Marcolino, foram contrários ao requerimento.

Depois que a imprensa se retirou, os deputados passaram a discutir o roteiro de trabalho que seria seguido. Nesse momento, os deputados discutem como será o pronunciamento de Barbiere, oralmente ou por escrito, como tem insistido Campos Machado, e qual o prazo para apuração.

O deputado Luiz Claudio Marcolino observou que o regimento interno prevê depoimento por escrito apenas em caso de cassação de mandato e o prazo para apuração preliminar é de 30 dias, mas alguns governistas, liderados por Campos Machado, insistem que o regimento não se aplica a esse caso, já que o deputado é denunciante e não denunciado.

Deputados da Bancada do PT solicitaram parecer da procuradoria da Casa.

Para o deputado do PT João Paulo Rillo, os parlamentares não podem se valer de “manobras jurídicas que levam ao nada”. Rillo colocou que independentemente de Barbiere ser denunciante ou denunciado ele é o objeto principal da denúncia e deve ser ouvido. “Assim, vou propor a CPI do cinismo”, declarou Rillo.

Requerimentos

O líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto, lembrou que há três requerimentos do PT no Conselho, convocando os deputados Roque Barbiere, Major Olímpio, que também afirmou saber do esquema de “venda” de emendas, e o deputado licenciado e atual secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas. “No caso do Bruno Covas, ele terá que vir como denunciado”, afirmou Tatto, referindo-se ao fato de Bruno Covas ter confirmado que um prefeito veio lhe entregar 10% do valor de uma emenda e que ele, por sua vez, sugeriu que o prefeito doasse esse dinheiro para a Santa Casa.

Enio Tatto, durante a reunião, apresentou dois requerimentos verbais para convocação dos ex-secretários Aloysio Nunes e Luis Antonio Marrey. Segundo Roque Barbiere, ele teria questionado, inclusive por ofício, os secretários sobre a “venda” de emendas.

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