Faz de conta
Mais uma vez a Assembleia Legislativa de São Paulo vai investigar temas alheios à administração estadual. Nesta terça-feira (19/3) foram instaladas mais três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) de fachada propostas pelos governistas: Mercado de Autopeças, Pescada Predatória e Gordura Trans.
Enquanto isso, a Bancada do PT enfrenta enormes dificuldades para conseguir o número regimental de assinaturas para protocolar um pedido de CPI e, quando consegue, tem que aguardar na fila, atrás de uma série de CPIs de fachada.
É antiga a tática dos tucanos na Assembleia Legislativa de engavetarem pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito de autoria da oposição. Geraldo Alckmin, quando governou o Estado de 2003 a 2006, engavetou 69 desses pedidos. Entre 2007 e 2010, o PT teve 26 pedidos barrados, entre eles o do acidente da Linha 4 do Metrô, o da Alstom (denúncia de pagamento de propinas em licitações do Metrô) e o que investigaria o superfaturamento e desabamento das vigas do viaduto do Rodoanel, no trecho sul.
Na atual legislatura, a Bancada petista já teve 13 pedidos de CPI sem o número regimental de assinaturas, entre elas a do Pinheirinho e das Emendas Parlamentares.
O PT, até o momento, só conseguiu protocolar os pedidos para a CPI do Aterro, que vai investigar as causas e apurar as responsabilidades pelo desmoronamento de 450 mil toneladas de Lino no Aterro Pajoan, em Itaquaquecetuba; a CPI dos Pedágios, que vai investigar as tarifas abusivas; e a CPI da FDE, que vai investigar eventuais ilícitos administrativos cometidos por agentes públicos realizados pela FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). Mas todos aguardam na fila.
