Governo do Estado descarta mutirão de limpeza de piscinões

19/01/2012

Descaso tucano

Mesmo depois do atraso de 11 meses no início da limpeza dos piscinões, prometida pelo governador Geraldo Alckmin em janeiro do ano passado (2010), o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE – afirma que não irá realizar mutirão para desassoriar os equipamentos do Grande ABC e seguirá o cronograma inicial de limpeza.

A falta de limpeza foi o principal fator para que três piscinões transbordassem após as fortes chuvas da última terça (17/1) na região do ABC: Vila América e Fundação, em Santo André, e o do Paço de Mauá.

Os reservatórios, construídos para armazenar as águas pluviais e evitar os alagamentos, não cumpriram a função, por causa do excesso de sujeira e causaram enormes transtornos aos moradores da região.

Limpeza só deve terminar em dois meses

Somente em 19 de dezembro, o DAEE iniciou intervenções para retirada de material do reservatório Ford Taboão, em São Bernardo. Na semana seguinte, o piscinão Petrobras, em Mauá, começou a ser limpo de forma lenta, devido a problemas de acesso ao local. A previsão é terminar os serviços em duas semanas no primeiro equipamento. Já no segundo, os trabalhos devem ser finalizados dentro de dois meses.

“Agora, não se pode fazer muita coisa. Com as chuvas, grande volume de sujeira foi levado aos reservatórios e o trabalho de limpeza acaba sendo anulado. Se limpar em um dia, no outro estará sujo de novo. O trabalho deveria ter sido feito, no máximo, até novembro”, afirmou Jorge Giroldo, professor do departamento de engenharia civil do Centro Universitário da FEI.

Limpeza do Tietê também ficou pela metade

Segundo notícia publicada no site do governo do Estado, em março deste ano, o governador Geraldo Alckmin anunciou novas obras de desassoreamento do Rio Tietê e afirmou retirar do leito 2,7 milhões de m³ de sedimentos, dos quais 2,1 milhões de m³ ainda em 2011.

No entanto, pelo que foi constatado pelo Sigeo – Sistema de Acompanhamento da Execução do Orçamento, até meados de novembro último, forma executados pouco mais da metade do anunciado, ou seja, 1,1 milhão m³.

A análise foi realizada com base no valor previsto no edital da licitação, por m³ e comparou os recursos financeiros destinados às empresas responsáveis pelos serviços. Os novos contratos para a Calha do Tietê alcançam aproximadamente 470 mil metros cúbicos de dejetos a serem retirados, que somados a mais 566 mil m³ retirados da Barragem da Penha até Guarulhos chegaria a pouco mais de 1 milhão de m³ a serem retirados do rio.

Ainda de acordo com os dados governamentais, as obras poderiam beneficiar diretamente o centro de Guarulhos e os bairros de Vila Augusta, Macedo, Gupouva, Tranquilidade, Picanço, Vila Rio, Bela Vista, Cocaia, Monte Camelo, Vila Barros, São Roque e Itapegica. Além de reduzir o risco de alagamento das marginais. No verão passado seis pessoas morreram na Capital, vítimas dos alagamentos, além dos inúmeros transtornos causados à população por conta das enchentes.

*com informações do Diário do Grande, O Estado de S. Paulo e PT Alesp

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