O marketing da Educação
Os Programas de Educação e Saúde, como o Escola da Família e o Saúde da Família, perderam aproximadamente R$ 200 milhões em recursos nos últimos três anos. O desmonte destes programas voltou à pauta nos últimos dias, graças à visita da cantora Madonna ao Palácio dos Bandeirantes.
É que o governador José Serra e o secretário da Educação, Paulo Renato Souza, apresentaram à cantora proposta de parceria entre o Programa Escola da Família e a ONG Success For Kids (Sucesso Para Crianças), fundada pela própria Madonna.
A assessoria de imprensa da pop star informa que entre os objetivos da ONG está apresentar a cabala, uma vertente do judaísmo, para crianças de
São Paulo entra com as crianças
Revoltado com a proposta de parceria, o jornalista Luiz Carlos Azenha escreveu: O mais curioso é que, na coletiva que deu em seguida, o governador José Serra, diante da pergunta de um repórter sobre o custo que o projeto da cantora teria para o Estado de São Paulo, disse que não custará nada, uma vez que, entre outras coisas, São Paulo entra com as crianças.
Ou seja, São Paulo vai “fornecer” as crianças para os experimentos educacionais e pedagógicos de Madonna. É coisa de colonizado: o Brasil entra apenas com as crianças, Madonna com a sabedoria., indignou-se o jornalista.
O Programa Escola da Família, cujo objetivo inicial era oferecer esporte e lazer nas escolas estaduais para pais e alunos, aos finais de semana, começou a ser esvaziado em 2007. Desde então, o governo já deixou de aplicar R$ 172,1 milhões dos valores orçamentários previstos para o Programa, cujo número de escolas envolvidas caiu de 5.200 para 2.300.
Inspirado em uma lei de autoria do deputado petista Hamilton Pereira (Lei nº 10.312 / 99), que instituía o Programa Interdisciplinar e de Participação Comunitária Para Prevenção e Combate à Violência nas Escolas da Rede Pública do Estado, o Escola da Família deveria envolver toda a comunidade escolar e dos bairros próximos em atividades educativas e de valorização da cidadania.
Reduzido pela metade, o Escola da Família tornou-se um dos maiores engodos do governo estadual, assim como outros programas sociais voltados especialmente para a população mais carente: o Saúde da Família (Qualis), que é um programa que prevê visitas de equipes de saúde a famílias carentes, perdeu R$ 25 milhões; o Alimentação Escolar e o Viva Leite, R$ 25 milhões cada um; e o Bom Prato, que distribui refeições a preços econômicos, deixou de receber R$ 6 milhões.
Veja nos anexos dados sobre estes programas sociais, levantados pela Bancada do PT no Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária do Estado de São Paulo (SIGEO)