Governos tucanos têm relações suspeitas com Alston

08/05/2008 19:01:00

Esquema tucano Alstom

Crédito:

 

 

A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa prepara uma série de ações para os próximos dias com relação às denúncias de um esquema de propina internacional com suposto envolvimento de políticos PSDB com a multinacional Alstom do ramo de transportes e energia. As denúncias vieram à tona através do Wall Street Journal em 6/5 – encarte do Jornal Valor.

O líder da Bancada do PT, deputado Roberto Felício protocolou um ofício solicitando do Tribunal de Contas do Estado todos os contratos que envolvem a empresa Alstom, inclusive um contrato que vigora desde o governo Luiz Antonio Fleury Filho – PMDB até os dias de hoje com uma empresa chamada Mafersa, adquirida pela Alston em 1997.  Esse contrato foi aditado pelo governador José Serra, em 2007.

A Alstom, segundo a reportagem do jornal estrangeiro, está sendo investigada na Suíça e na França por supostos pagamentos de propinas para garantir contratos em obras como a do Metrô de São Paulo e da usina hidrelétrica de Ita, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

As investigações são de um período em que existiam dois contratos com a Alstom. Um de US$ 75,9 milhões, feito em 1997 para extensão da Linha Verde do Metrô, e outro de US$ 539,3 milhões para realização de obras da Linha Amarela, esse de 2003.

Os deputados petistas têm pelo menos dois pedidos de CPI do Metrô protocolados na Assembléia Legislativa que poderiam “ter revelado este e outros esquemas de propina”, como destaca o deputado Enio Tatto, que encaminhou um ofício à superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, requerendo detalhamento da investigação. Tatto protesta a blindagem da administração Serra, no Legislativo Paulista “na Assembléia não conseguimos investigar nada, vamos ver, se com a pressão estrangeira conseguimos sensibilizar os deputados”.

O deputado José Zico Prado, integrante da Comissão de Transportes da Assembléia , lembrou que a  Alstom chegou ao país em 1997, com as privatizações realizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando comprou 85% Mafersa. Assim adquiriu a tecnologia brasileira e passou a produzir os vagões para trem de aço. Em São Paulo, nas gestões dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin, a empresa foi contratada para a construção da linha 5 do Metrô (Lilás) e ganhou a concorrência para operar a linha 4. A Alstom ainda administra parte do pátio de Itaquera.

Para Zico Prado é “ inegável que os governadores do PSDB entregaram boa parte do Metrô paulista para esta empresa.”

Relação Estado Alstom

Na gestão do governador Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) uma das fornecedoras do Metrô era a Construtora Mafersa S/A, responsável por 22 trens de 6 carros para a Linha Leste Oeste além de 6 trens para a Linha Itaquera – Guainazes.

José Serra, em 7/6/07, publicou no Diário Oficial, página 22, um aditamento do mesmo contrato de 1997 com a Mafersa S/A, no valor de R$ 70 milhões para fornecer 27 trens de 6 carros cada.

O mesmo contrato entre a Mafersa S/A e o governador Fleury é utilizado ainda hoje, pelo governo Serra, através de aditamentos. A Mafersa S/A passou pelos governos tucanos Mario Covas, Geraldo Alckmin e chegou a José Serra. No entanto, em 1997 a Mafersa S/A foi comprada pela Alstom, segundo a imprensa noticiou na época.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *