Grande ABC cobra incorporação de emendas regionais ao Orçamento

27/05/2010 17:38:00

Orçamento 2011

 

Prefeitos, vereadores, deputados, representantes de entidades e população do grande ABC compareceram nesta quinta-feira (27/5) na Câmara Municipal de São Bernardo para discutir o Orçamento do Estado para 2011, na nona audiência pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, cobrou a incorporação das emendas apresentadas a partir das demandas colhidas durante as audiências. “Muito positivo esse ouvir nas regiões, mas, se não há efetivação, causa um desgaste”, afirmou o prefeito.

O deputado do PT Enio Tatto, membro da Comissão, disse que isso ocorre porque o governo do Estado não acredita nesse processo de discussão. “Mas não é por isso que vamos deixar de realizar as audiências públicas. E temos que cobrar dos candidatos ao governo do Estado que exponham o que pensam sobre Orçamento Participativo e Regionalizado. Hoje, poderíamos estar aqui discutindo o percentual da região do ABC”, concluiu Tatto. O deputado Vanderlei Siraque salientou que é autor de um PL, tramitando há alguns anos na Casa, que prevê a implantação do Orçamento Participativo no Estado. “Vou sai da Assembléia sem ver a discussão desse projeto”, lamentou.

O prefeito de Diadema, Mario Reali, falou sobre a pressão que os municípios vêm sofrendo para ampliar o atendimento nas diversas áreas. “Precisamos de apoio do Estado de São Paulo, seja no SUS, nas escolas, na construção de novas moradias”, reivindicou o prefeito.

Aliás, saúde, educação e habitação foram as grandes cobranças tanto por parte dos prefeitos, quanto dos parlamentares e da população.

Saúde

Muitos expuseram a atual situação: o Estado custeia 0,5% da saúde; a União, 26%; e o município é responsável pelo restante, o que seria uma distribuição desigual.

Foi reivindicada uma maior participação do Estado na assistência básica e no tratamento de especialidades, além de construção de novos hospitais na região, como em São Bernardo, ampliação do Hospital Serraria, em Diadema, e recursos para o Hospital de Clínicas de São Bernardo. A coordenadora de projetos da Prefeitura de Mauá, Maria Inês Almeida, disse que o município gasta 33% do Orçamento com saúde, ou seja, mais que o dobro do previsto na Constituição (15%). Ela pediu recursos para o Hospital Nardini, que, apesar de mantido pela Prefeitura, é um hospital regional.

Educação

A rede estadual de Educação foi objeto de crítica de muitos dos presentes à audiência. Vinícius, da Associação Regional dos Estudantes Secundaristas, descreveu o abandono pelo qual passam as escolas do Estado. Também falou sobre a péssima qualidade do material didático. A deputada Ana do Carmo lembrou que foi o PSDB que acabou com a Educação nas últimas décadas em São Paulo.

Habitação

Um grupo de moradores, apoiado pelo coordenador do Orçamento Participativo de Diadema, Arquimedes Andrade , e pelo secretário de Habitação do município, Márcio Vale, cobrou do Estado uma solução para as 1.200 famílias que vivem à beira da rodovia dos Imigrantes numa área que está sob gestão da Ecovias. Essas famílias estariam sendo ameaçadas, inclusive com força policial, para deixarem o local.

Também foi solicitada contrapartida do governo nas obras do PAC na região e recursos para mapeamento de áreas de risco, além de obras de drenagem e melhoria dos serviços prestados pela Sabesp.

Transporte e segurança

A ligação da região ao metrô também esteve entre as demandas apresentadas. O prefeito Luis Marinho falou sobre o projeto que já apresentou ao governo do Estado para implantação do metrô leve ligando São Bernardo à futura estação Tamanduateí.

O deputado Donisete Braga cobrou mais alças de acesso ao rodoanel, principalmente em Mauá, São Bernardo e Parelheiros. O deputado Vanderlei Siraque pediu uma ligação da Av. dos Estados com a Papa João XXIII, em Mauá, além de um viaduto que possa fazer a transposição sobre a estação Capuava da linha férrea.

A segurança foi mais uma vez apontada com uma das principais deficiências do Estado. O prefeito Luis Marinho afirmou que hoje faltam cerca de 800 homens na região. Segundo ele, São Bernardo gasta cerca de R$ 4 milhões por ano com segurança, para manter delegacias, pagar combustível etc. “Temos que aproveitar essas audiências públicas para avaliarmos essas áreas que estão sob responsabilidade do Estado”, afirmou o prefeito.

 

 

 

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