Hoje: debate sobre política, discriminação racial e luta

05/12/2012

Cidadania

Encerrando a Semana da Cultura Negra, acontece hoje (5/12), às 18 horas, o debate: João Cândido – A Revolta da Chibata “Politica, Discriminação Racial e Luta”, com o lançamento da Revista João Cândido de autoria do cartunista Mauricio Pestana.

A iniciativa do SOS Racismo e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Adriano Diogo, será realizada no auditório Paulo Kobayashi – Assembleia Legislativa de São Paulo (av. Pedro Álvares de Cabral, 201 – Ibirapuera).

Confira a programação:

Palestrantes –
. Idibal Pivetta (César Vieira) – advogado, autor e diretor do Grupo de Teatro Popular União e Olho Vivo,
. Maria Sylvia – advogada do Instituto do Negro Pe. Batista, membro do Instituto GÈLEDÉS,
. Mauricio Pestana – cartunista que retrata a vida do povo pobre e negro

A história de João Cândido

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, em 2008, a anistia póstuma a João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata e um importante herói negro do país.

No dia 22 de novembro de 1919, João Cândido liderou, na Baia de Guanabara, um levante a bordo dos principais navios da Marinha brasileira. O movimento, que ficou conhecido como Revolta da Chibata, foi uma reação aos maus-tratos e castigos físicos que eram impostos pelos oficiais aos marinheiros – em sua maioria negros punidos por indisciplina. O levante ocorre depois de o marinheiro negro Marcelino Rodrigues sofrer 250 chibatadas.

O uso da chibata era uma herança do período da escravidão, abolida em 13 de maio de 1888 pela Lei Áurea. Mas os oficiais da Marinha continuavam aplicando as chibatadas como punição, no convés dos navios, para que toda tripulação assistisse a humilhação imposta aos companheiros.

João Cândido ficou conhecido como Almirante Negro e a música ” O mestre-sala dos mares”, de João Bosco e Aldir Blanc, imortalizou sua luta. A revolta conseguiu acabar com o uso da chibata, mas João Cândido foi preso e expulso da Marinha, sem qualquer direito, de patente, de aposentadoria. Passou o resto de sua vida trabalhando como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio.

Além de João Cândido, os demais participantes do movimento, também foram anistiados. Segundo o projeto, isso produz efeitos em relação a promoções que teriam direito os anistiados, se tivessem permanecido em serviço ativo, bem como em relação ao benefício da pensão por morte.

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